Moacir: O Santista Que Conquistou os Argentinos
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Tomás Lipgot
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Moacir III: Trilogía De La Libertad
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2017
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Argentina / Brasil
Crítica
Leitores
Sinopse
Um retrato sobre a vida e obra do cantor brasileiro Moacir dos Santos. Originário de Santos, em São Paulo, ele atualmente mora em Buenos Aires, na Argentina, e sonha em voltar a sua terra natal. Depois de passar anos no hospital Borda, ele precisa recomeçar sua vida.
Crítica
Pode-se dizer que a câmera de Tomás Lipgot ama Moacir dos Santos, assim como o retratado adora ser filmado pelo cineasta. Esta paixão, não-romântica, mas de amizade e profundo respeito entre dois velhos conhecidos, é o que norteia Moacir III, justamente a terceira parte de uma trilogia do diretor com o músico. O personagem aqui já passou por vários perrengues retratados nos filmes anteriores de Lipgot, Fortalezas (2010) e Moacir (2011). Nos anos 1980, Moacir deixou Santos, sua terra natal, para ir à Argentina realizar o sonho de ser cantor na terra do ídolo Carlos Gardel. Não deu tão certo quanto ele esperava e acabou indo parar na miséria, tendo que lavar carros para sobreviver. Chegou a ser internado no Hospital Borda, um manicômio. Depois, conseguiu gravar um álbum com músicas de sua autoria, ao lado de Sérgio Pángaro.
Pois o capítulo final desta trinca de filmes vai além do simples documentário. Entre ficção e realidade acompanhamos Moacir e Lipgot no processo de um filme. Metalinguagem pura, ainda mais quando entendemos que parte dessa história é a própria biografia de Moacir. Uma bela fotografia acompanha os passos desse músico que agora está prestes a se tornar um roteirista, um diretor. Suas fantasias e anseios se mesclam com sua visão sobre a Buenos Aires de três décadas atrás e como muito mudou, não só para o protagonista, como para a própria capital da Argentina.
Moacir é uma figura excêntrica aos olhos de muitos. Aos 70 anos, o santista é um desconhecido para muitos no Brasil, mas sua figura é facilmente reconhecida nas ruas portenhas. Com sua peruca castanho claro artificial e um penteado que lembra muito o de Whitney Houston no final dos anos 1990, o protagonista transita em diversos estilos. Logo veremos ele trajado como se fosse Cauby Peixoto, andando pra lá e pra cá, falando com várias pessoas e visitando locações onde podem ocorrer as gravações de seu filme. Lipgot acompanha o personagem nestas andanças, em que ele faz convites a estranhos para participarem de sua produção. É impossível resistir ao seu convite. É tanta simpatia nos olhos e no modo de falar que nem parece que este homem passou por tantas dificuldades na vida.
"A vida é uma fantasia e temos de saber como apreciá-la", ele fala lá pelas tantas. É extremamente perceptível que Moacir tem um amor pela vida, pelas pessoas, por tudo ao redor. O que fala pode ser mentira, pode ser verdade. Não importa. Sua força empática é tão forte que fica impossível não se apaixonar por ele do lado de cá da tela. Quando a viagem parece demais, a bela música toma conta. Fosse nas mãos de qualquer diretor menos sensível, o personagem poderia cair fácil no pastiche, no deboche, justamente por ser tão diferente. Porém, Lipgot liga a câmera e deixa Moacir ser quem ele é, sem julgamentos. A vontade que dá ao fim do filme é assistir a toda a trilogia de uma vez só para podermos acompanhar a evolução de sua vida. E que vida, meus caros! Quem dera houvesse um pouco mais de Moacir nas nossas. Afinal, quem disse que loucura de leve não faz bem pra gente?
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Matheus Bonez | 7 |
Robledo Milani | 6 |
Edu Fernandes | 7 |
MÉDIA | 6.7 |
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