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Sinopse

Os jovens Luana e Hugo se apaixonam. No entanto, a possível relação amorosa de ambos fica ameaçada após terem de se mudar para a mesma casa, já que o pai da menina e a mãe do garoto também se apaixonaram.

Crítica

Após o sucesso de apostas da saga Turma da Mônica, na qual era responsável pelo papel principal, Giulia Benite está mostrando que o futuro pode lhe reservar proeminência no audiovisual. E essa possibilidade, é preciso dizer, não surge dos atributos dos filmes nos quais ela vem se envolvendo. Tanto na última incursão cinematográfica da atriz, Chama a Bebel (2024), quanto em Morando com o Crush, Giulia é alívio carismático entre adversidades narrativas. No entanto, o sinal de alerta já pode ser acionado.

Aqui, o enredo nos apresenta Luana (Benite) e Hugo (Vitor Figueiredo), casal de adolescentes que passam a nutrir interesse amoroso mútuo após festa colegial. Com pouco, ou quase nenhum tempo para que o enlace ganhe profundidade, ambos são surpreendidos com a definição de que irão morar juntos, pois seus responsáveis, até então solteiros - Fábio (Marcos Pasquim), pai de Luana, e Antônia (Carina Sacchelli), mãe de Hugo - se apaixonam e decidem viver debaixo do mesmo teto. O impacto é ainda maior quando os jovens descobrem que terão de deixar a cidade do Rio de Janeiro e se fixar no interior do estado, longe da badalação que estão acostumados.

Giulia, a condutora maior da empreitada, volta a construir, assim como em papéis anteriores, a persona de garota consciente. Ela conhece seus direitos, é empática e possui senso de justiça. Porém, tal qual o título lançado no início de 2024, carecem-lhe coadjuvantes que impulsionem suas qualidades. Se em Chama a Bebel tínhamos o tímido ator Antônio Zeni como provável par da protagonista, aqui temos Figueiredo um degrau de desenvoltura acima, mas não suficiente para gerar empolgação. Por outro lado, independentemente das habilidades do protagonistas, o roteiro não lhes possibilita fugir do óbvio. Por exemplo: qualquer dualidade de índole, algo que seria totalmente aceitável para menina em formação, é tirada de Luana, tornando a personagem menos interessante do que poderia.

Sob outro ângulo, vale ressaltar as pautas inseridas por Sylvio Gonçalves no enredo. Bullying, alimentação sustentável e traumas familiares são algumas delas. Entretanto, as conexões entre os temas ficam pelo caminho, apresentando as possíveis discussões de forma aleatória, como se o filme precisasse comportar diversas esquetes pré-definidas. Nessas “seções”, aliás, é que outros artistas encontram espaço, com destaque para Pasquim, que se equilibra dentro do que lhe é proposto, como pai zeloso e atrapalhado, e Ed Gama, humorista que encarna o cômico Cledir.

Por fim, o desfecho completa os desarranjos, visto que a maior tribulação da trama, que impedia o casal de adolescentes de construir seu amor livremente, é inutilizada de forma rápida e despreocupada. Portanto, entre juvenis mais pudicos e adultos um tanto receptivos, é provável que Morando com o Crush encontre seu público, mas é bom precisar que não há grandes desenvolvimentos dos dramas discursados. No final das contas, a obra poderá ser classificada como “fofa”, talvez. Mas seria somente este o objetivo?

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]

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