Crítica
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Sinopse
Qual a surpresa dos Muppets quando eles descobrem que Gonzo é um extraterrestre? Os pais do azulão estão prestes a vir visita-lo e o governo o sequestra para estuda-lo. Caberá a Caco e Miss Piggy liderar a missão de resgate.
Crítica
Um tema que sempre foi motivo de piadas e que despertava certo grau de curiosidade nos fãs dos Muppets é a real origem do esquisito Gonzo, personagem com nariz extravagante, penas na cabeça e pelo roxo. Se Caco é um sapo, Rawlf é um cachorro e Rizzo é um rato, o que Gonzo seria? Esta pergunta tem resposta em Muppets do Espaço (1999), longa-metragem que marca a última participação de Frank Oz como a voz de Piggy, Fozzie e Animal, ator e bonequeiro que encarnou os personagens desde sua criação.
Brian Henson, filho do criador dos personagens, Jim Henson, tinha ficado a cargo da direção de duas aventuras da turma, que enveredavam para a adaptação de clássicos da literatura – O Conto de Natal dos Muppets (1992) e Muppets na Ilha do Tesouro (1996). Em Muppets do Espaço, Henson ficou apenas como produtor, deixando o posto de comando para Tim Hill, estreante em longas-metragens na época. A mudança trouxe algumas novidades para a franquia, mas nenhuma que empolgasse. Gonzo vira o protagonista – em uma jogada interessante – mas ganha um filme sem boas piadas. As músicas cantadas pelos muppets, momentos sempre divertidos dos filmes, foram completamente esquecidas. E pela pressa em lançar o longa o quanto antes, é notável a precariedade de alguns efeitos visuais. Com todos esses problemas, ainda é possível curtir essa aventura muppet?
Depende do quão fã você é dos personagens. Aqui a ali, temos alguns momentos inspirados. Gonzo sempre foi um muppet muito querido pelo público. Sua esquisitice só é páreo para sua empatia. Na tentativa de buscar suas origens, após receber mensagens sobrenaturais em seu cereal matinal, Gonzo parte em uma jornada pessoal que teria tudo para afastar seus amigos. Como duvidar que aquele esquisito muppet não havia perdido a razão? Por sorte, Caco é o mais leal dos companheiros, acreditando nas aparentes loucuras de Gonzo e o acompanhando na empreitada – e encorajando os demais membros da trupe a ajudá-lo. Em meio a este caldo, Piggy tenta uma carreira na televisão e pretende usar um possível contato imediato do terceiro grau como furo jornalístico.
Após assistir a Muppets do Espaço, dá para entender o porquê de a Disney ter tentado recomeçar os filmes da turma em Os Muppets (2011), iniciando uma nova franquia. De parcas boas ideias, o longa dirigido por Tim Hill esquece muitas das características que fizeram os personagens de Jim Henson serem amados. É até questionável a vontade de contar a origem de Gonzo, algo que o criador dos personagens sempre fez questão de deixar em mistério.
As participações especiais também não são das melhores. Ainda que tenhamos F. Murray Abraham, Ray Liotta e Andy McDowell – e uma curiosa ponta dos personagens do seriado Dawson’s Creek – outros momentos não são tão inspirados, com a presença de nomes como David Arquette, Rob Schneider, Josh Charles e Kathy Griffin.
O que salva o longa-metragem é a sempre presente simpatia dos muppets – e a entrada do espirituoso Pepe, o rei camarão, ajuda muito neste sentido, tendo as melhores piadas. A amizade entre Gonzo e o rato Rizzo é igualmente cativante. E, claro, o talento vocal de Frank Oz faz toda a diferença, em sua última participação nos cinemas como um muppet. Nem o ator/diretor, em entrevistas posteriores, se mostrava feliz com o resultado final do longa-metragem. Uma pena que a despedida dele tenha sido em um filme menor. Ainda divertido em poucos momentos, mas nada memorável como títulos anteriores, Muppets do Espaço é o ponto baixo da franquia que iniciou em 1979.
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