Crítica
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Sinopse
O introvertido Pim passa suas noites desenhando e sonhando com uma vida mais movimentada. Ele mora com sua mãe, ex-rainha da beleza, numa pequena cidade costeira da Bélgica.
Crítica
Pim é um menino, digamos, especial. Não por ter superpoderes ou uma habilidade única, tão comum no cinema atual. E sim, simplesmente, por desde pequeno possuir uma sensibilidade que o difere dos demais garotos de sua idade. Quando está sozinho em casa, corre para o quarto da mãe para experimentar seus anéis, colares, tiaras. Seu lado feminino, digamos assim, é mais perceptível. Não que seja afeminado, ou com uma equivocada definição de gênero. Ele apenas se identifica com esse outro viés. E será assim que irá construir sua personalidade, ligado ao vizinho da casa ao lado e a uma mãe afetuosa, porém desligada. Pim é o protagonista de No Caminho das Dunas, e desse modo singular ele irá conquistar não só a audiência, mas também aqueles que o circundam nessa história de descobertas e definições.
Pim mora sozinho com a mãe, uma mulher ainda jovem que gosta de passar suas noites tocando acordeom no bar da pequena cidade onde moram, no litoral da Bélgica, acompanhada do namorado e de alguns amigos. A criança, portanto, passa a maior parte do tempo sozinha, se refugiando sempre que possível na casa dos vizinhos. Lá temos uma família em que a figura paterna também é ausente, substituída com efeito pelo filho mais velho, por quem Pim se descobre inevitavelmente atraído. E se a mãe desse rapaz sente pelo nosso personagem principal um afeto genuíno, como se fosse mais um dos seus, estes sentirão por ele algo a mais. O jovem, já adolescente, descobre nele um bom passatempo, alguém com quem desfrutar uma jornada de iniciação sexual. Já a caçula irá se descobrir vítima daquela paixão infantil, tão próxima do ciúme ou do desprezo.
No Caminho das Dunas coloca Pim exatamente no meio desse cruzamento, enquanto busca ser notado pela mãe, evitando os avanços da amiga e lutando para conquistar de vez seu objeto de desejo. Mas há mais nele do que apenas os anseios e sentimentos de um gay em formação. Há elementos importantes a serem discutidos, como a carência por afeto, que extrapola a questão homossexual, e a formação de caráter, através dos exemplos que impacto que ele irá perceber naqueles que estão aos seu redor. A mãe sabe quem ele é, e se não se importa, evitando a recriminação fácil, também não está ao seu lado para ajudá-lo nesse momento. O namorado dela, que se esforça em ser simpático, ou o inquilino do quarto de hóspedes, um bonitão que mexe com seus instintos mais básicos, são presenças interessantes, porém não definitivas. Resta, evidentemente, Gino, o jovem da casa ao lado. E o caminho que os dois atravessarão juntos irá além das dunas mais próximas, gerando efeitos que permanecerão por toda uma vida.
Baseado no romance de André Sollie, No Caminho das Dunas é escrito e dirigido por Bavo Defurne, cineasta em sua estreia em longas-metragens. No entanto trata-se de um profissional com um longo currículo de curtas e produções para a televisão, trabalhos esses inevitavelmente ligados ao universo e à temática homossexual. Esta experiência prévia lhe proporcionou condições suficientes para fazer desse filme uma obra interessante e digna de atenção. Conduzindo com bastante sensibilidade essa jornada de aceitação, o diretor acerta ao apostar seu olhar nesse personagem rico pelos detalhes, que lida à sua maneira com as frustrações inevitáveis, ao mesmo tempo em que segue firme e de cabeça erguida, sem se entregar. Temos aqui um pequeno e simpático conto de amor, mas muito mais por si mesmo do que pelo outro no qual depositamos tantas esperanças, muitas vezes infundadas. Uma lição com a qual todos temos que lidar, e quanto mais cedo, melhor.
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nao consigo ver o filme,como faço
BELÍSSIMO FILME!!! ABRAÇO, Mig
Realmente, Matheus! A fotografia de Anton Mertens é, de fato, muito bonita, bastante adequada ao toque simples e sincero de todo o filme.
Nesse filme o que mais me chamou a atenção foi a bela fotografia