Crítica
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Sinopse
André Luiz se junta a um grupo de mensageiros para cumprir a missão de salvar projetos de vida prestes a fracassar. O grupo decide tomar conta de três pessoas cujas histórias acabam se interligando.
Crítica
Praticado regularmente desde o início do século XX, o espiritismo, doutrina de origem francesa, encontrou abrigo seguro para devotos no Brasil. Aliás, é senso comum que Chico Xavier, médium nascido em Minas Gerais, seja reconhecido como o maior de todos em sua categoria ao redor do globo. No ano de seu centenário, em 2010, houve expansão colossal das teorias praticadas por ele em território nacional, fato que carimbou o Brasil como país soberano em número de espíritas, segundo o Censo Demográfico Nacional. Fenômeno pop, o evento beneficiou o cinema brasileiro, garantido mais de 15 milhões de espectadores para assistir a Chico Xavier, Nosso Lar e As Mães de Chico Xavier, apostas lançadas entre 2010 e 2011. Agora, em 2024, um destes ganha continuação: Nosso Lar 2: Os Mensageiros. Desta vez, considerando que já houveram firmes ondas de didatismo desses princípios, o teor da nova trama cinematográfica faz-se questionável.
Aqui, André Luiz (Renato Prieto), peça-chave do longa anterior, tem seu protagonismo suprimido para que Otávio (Felipe de Carolis), Isidoro (Mouhamed Harfouch) e Fernando (Rafa Sieg) despertem depois da morte e, assim como ele anteriormente, examinem sua última estada na Terra com o apoio dos Mensageiros. Isso porque, segundo os preceitos básicos das teorias apresentadas, a ideia é que cada indivíduo retorne ao nosso plano sob novos corpos para lapidar suas almas a cada reencarnação. Brevemente, logo em seus primeiros minutos, o espectador é capacitado a compreender sistematicamente os conceitos do enredo. Entretanto, o roteiro opta por caminho mais pedagógico do que o aconselhável, preferência que impossibilita qualquer narrativa.
Assim sendo, a contação das histórias é ininterruptamente entrecortada por narrações em off que salientam todos os acontecimentos. Se um espírito agride o outro e é prontamente punido, como karma instantâneo, não nos basta somente o fato, é preciso reafirmação do narrador para que o incidente seja bem deduzido. Ou seja, tudo é bem “mastigado”, para que não haja espaço par interpretações errôneas. Predileção que aparenta menosprezo em relação ao público. É nesse contexto que os já citados precisam desenvolver suas personalidades. Tarefa dura, pois há, pelo menos, mais cinco ou seis personagens em busca de espaço.
Seria conveniente que estrelas definitivas como Edson Celulari e Othon Bastos, que interpretam dois espíritos superiores na tarefa de auxiliar os mais necessitados, fossem colocados em posição de heróis e que apenas suas nuances fossem assistidas pelo roteiro. O resultado poderia se transformar em algo formulaico e um tanto idólatra, mas, ainda sim, seria mais conveniente do que utilizá-los como oráculos que nada mais fazem do que dialogar prolixamente com infinidade de pessoas que não possuem identidade formalizada.
No pior dos cenários, Nosso Lar 2: Os Mensageiros encontrará bons grupos de fiéis ao espiritismo que irão se aventurar com a empreitada. Mas os desafios pessoais talvez fiquem guardados do lado de fora da sala escura, poiso o filme pouco irá se expandir em relação ao que já foi verificado em longas anteriores. Mas se o objetivo for esse, com o acréscimo de belas paisagens que materializam as letras das variadas publicações da doutrina, tudo ficará em ordem.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Victor Hugo Furtado | 3 |
Alysson Oliveira | 1 |
Ailton Monteiro | 4 |
MÉDIA | 2.7 |
Análise de má fé.