Crítica
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Sinopse
Miles Massey é um advogado especialista em divórcios que tem feito bastante sucesso ultimamente e busca novos desafios para sua carreira. Ele encontra o que procura em Marylin Rexroth, uma mulher que deseja se tornar rica através do dinheiro conseguido em diversas separações. Por isso decide ser o advogado de seu ex-marido dela, Rex Rexroth, para tentar encerrar com seus planos, mas acaba se tornando o próximo alvo de Marylin em sua lista de pretendentes.
Crítica
A ideia parecia interessante: o humor cáustico dos irmãos Joel e Ethan Coen sendo empregado numa “comédia romântica” – a primeira realizada pela dupla. Além de estarem inseridos num dos gêneros mais tradicionais do cinemão hollywoodiano, os protagonistas de O Amor Custa Caro são duas das maiores estrelas da época: o galã George Clooney e a recém oscarizada – e estonteantemente bela – Catherine Zeta-Jones. Como contexto, o submundo dos casamentos milionários de Los Angeles, cidade onde celebridades trocam alianças assim como mudam o guarda-roupa, em artimanhas que rendem milhões para uns e verdadeiros desastres financeiros para outros. Mas o que começa de modo promissor, logo se perde em piadas fáceis e óbvias, obtendo um saldo bem abaixo do esperado.
Afinal, as possibilidades, pois estamos diante de uma boa história, eram muitas. Também fáceis de prever, uma vez estabelecidos tantos caminhos viáveis, seriam as confusões. Estas, no entanto, não se limitam apenas aos personagens, o que torna evidente a falta de tato dos realizadores em abordar uma estética assumidamente clichê, mas extremamente cara à Hollywood e aos seus admiradores. Os elementos estão todos lá. Infelizmente, não nos lugares mais apropriados.
Zeta-Jones é Marylin Rexroth, uma legítima caça-dotes à procura de um marido milionário para se arrumar na vida. Quando está prestes a dar o grande golpe, surge no seu caminho o advogado Miles Massey (Clooney), especializado nesse tipo de causa e que nunca perdeu um caso. Ao enfrentá-lo, ela acaba ficando sem nada, tendo que partir para uma próxima empreitada – não sem antes, é claro, deixar uma marcante impressão no até então precavido Massey. Com algumas reviravoltas pontuais nesse meio tempo, a esperada atração entre os dois irá se desenvolver, até que as especialidades de cada um serão colocadas em xeque para ver se, no amor e nos negócios, é realmente tudo válido.
Ethan e Joel Coen, ao longo de suas carreiras, mostraram versatilidade para agregar fãs tanto de suas obras consagradas como também daqueles trabalhos “errados”, ou seja, os que não foram sucesso nem de crítica, nem de público. O Amor Custa Caro tinha tudo para se encaixar nessa segunda categoria, ao lado de títulos cultuados como Na Roda da Fortuna (1994) e O Grande Lebowski (1998). O resultado, no entanto, é tão mediano que chega a ser difícil equipará-lo aos longas anteriores realizados pelos mesmos cineastas. A pretensão de deboche e ironia logo é substituída por um humor pastelão descabido, que não estimula a reflexão e nem incita à comédia inteligente, provocando apenas o riso simples e inconsequente. O que é de se lamentar, visto os reconhecidos talentos envolvidos. Pouco inspirado, feito de modo apressado e sem nenhum momento particular de brilhantismo, o que se vê é apenas um desfile de boas intenções. E dessas, como se sabe, todos já estão cheios.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Thomas Boeira | 7 |
Francisco Carbone | 9 |
Matheus Bonez | 7 |
Bianca Zasso | 7 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 6.7 |
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