20160330 o casamento dos trapalhoes e1459369275282

Crítica

Didi Mocó e companhia levaram alegria a crianças de várias gerações, por anos, e suas produções cinematográficas são parte disso. Porém, é claro que nem sempre a fórmula deu certo, pois a graça dos Trapalhões era justamente seu pastiche, o humor espontâneo, o exagero nas piadas físicas. Em O Casamento dos Trapalhões, a produção tosca, assim digamos, dá lugar a técnicas mais apuradas, em todos os âmbitos: direção, fotografia, roteiro e montagem. A história é bem contada, tem seus momentos divertidos, mas, tirando o fato de termos o quarteto de sempre, não parece o que todos esperam da trupe. Chega até a ser sem graça.

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Na história, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias interpretam irmãos caipiras que vivem na área rural de São Paulo. Depois de uma briga com o vilão Expedito (José de Abreu), Didi vai até uma cidade próxima e conhece Joana (Nádia Lippi), a quem leva para o sítio onde vive sua família. Mesmo ela não gostando muito da sujeira e da bagunça do lugar, da grossura de Dedé, Mussum e Zacarias, a jovem aceita se casar com o trapalhão. Pois, então, a irmã dos rapazes pede se os filhos dela (os integrantes da banda Dominó) podem passar um tempo no rancho, já que eles vão tocar na cidade vizinha. Ao mesmo tempo, os outros irmãos de Didi também resolvem arrumar namoradas, motivo pelo qual precisarão igualmente lidar com Expedito, ele que planeja atacar a casa do quarteto.

Ver qualquer um dos integrantes do grupo fazendo piadas escatológicas, como na cena em que Mussum solta um pum e Zacarias leva a culpa, sempre gera risadas. Todavia, o roteiro em si não dá conta de transformar tudo numa grande comédia de erros, algo que sempre fez parte do material da trupe. O filme tem um ritmo agradável, mas se ressente da falta daquele molho especial. As piadas não são fora de hora, mas não se encaixam tão bem dentro do contexto geral. Há uma visão mais romântica das “relações atrapalhadas”. Se por um lado serve como ponto de maturidade na filmografia do quarteto, por outro não entrega a comédia que todos esperam.

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O diretor José Alvarenga Jr. parece não conseguir aproveitar tudo aquilo que seu elenco – incluindo as participações especiais, como a de Gugu Liberato – tem a oferecer, deixando de lado muitas oportunidades de gags. O melhor fica por conta da naturalidade com que Didi, Dedé, Mussum e Zacarias agem em frente às câmeras, mostrando que seus talentos eram muito maiores que qualquer história em que eles atuassem. E este poder que seu humor traz é o melhor que o longa pode oferecer. Não que seja um trabalho ruim, pelo contrário. Só parece destoar de tudo aquilo que já vinha sendo apresentado ao público, causando uma certa estranheza. Algo que eles retomariam nas produções seguintes.

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