Crítica
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Sinopse
Crítica
Considerado atualmente um dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos, a versão original de O Dia Em Que a Terra Parou não teve uma acolhida tão imediata quando chegou aos cinemas, em 1951. Mas nada melhor do que a perspectiva do tempo para revelar os méritos dessa obra muito à frente de sua era que simplesmente não se perdeu com o passar dos anos. A mensagem levada às telas há quase 60 anos continua tão pertinente quanto agora. E o melhor: aproxima um tema tão fantástico do mundo real, com seriedade e objetividade.
A excelente versão especial em DVD recentemente lançada no Brasil de O Dia Em Que A Terra Parou (1951) é dupla e merece ser conferida. Além do filme, em cópia restaurada, que vem também com a opção de comentários em áudio – na verdade o que ouvimos é uma entrevista entre um jornalsita e o diretor do filme, Robert Wise – há ainda um segundo disco, com outras atrações bastante interessantes: um making of bem completo e com mais de uma hora de duração, entrevistas com Wise, a atriz Patricia Neal, o produtor Julian Blaustein, cineastas contemporâneos, como Rob Bowman, e críticos de cinema, um vasto material de fotos e stills das filmagens, e como foi o processo de recuperação da cópia. Não só interessante aos curiosos, mas também pertinente a todos aqueles que sabem apreciar as maravilhas da sétima arte. Imprescindível aos fãs do gênero.
As diferenças entre as duas versões de O Dia Em Que a Terra Parou são muitas. Tudo que a nova versão transformou em clichê, ecologicamente correto, previsível e melodramático, no primeiro filme é direto, assumidamente ostensivo, ameaçador e urgente. É um alerta, acima de tudo. O contexto em que foi lançado é muito importante para uma melhor compreensão. Estamos no início dos anos 50, faz apenas meia década que o maior conflito bélico moderno terminou e o mundo atravessa o auge da Guerra Fria. Ninguém se entende, a desconfiança está por toda a parte e não há uma só pessoa que possa afirmar com segurança o que irá acontecer no dia seguinte. O planeta inteiro pode acabar com o apertar de um botão – esta é a crença popular.
Esta ‘ameaça invisível’ ganha forma em um disco voador alienígena que pousa no centro de Washington, capital dos Estados Unidos. Lá de dentro sai um extraterrestre com uma mensagem. Seu gesto, porém, é mal interpretado, e o homem faz o que melhor sabe fazer quando se sente em perigo: ataca. Ferido, o visitante é enviado a um hospital. Klaatu é seu nome, e logo ele revela sua missão: avisar aos governantes da Terra que os demais planetas não iriam tolerar o aumento do poderio atômico terrestre. Se tal condição já é perigosa entre nós, eles não estariam dispostos a esperar pra ver o que poderá acontecer quando decidirmos atacar outros mundos. E para se prevenirem disso é que ele está aqui, acompanhado do robô Gort, um ser indestrutível e capaz de eliminar qualquer risco. Ou seja, ou nos comportamos e aprendemos a viver em paz, ou o próprio Planeta Terra será extinto. E este é um ultimato.
Simples e preciso, Wise (cineasta premiado quatro vezes no Oscar, com filmes como Amor Sublime Amor, 1961, e A Noviça Rebelde, 1965, mas que dirigiu também outros grandes longas de ficção, como O Enigma de Andrômeda, 1971, e Jornada nas Estrelas: O Filme, 1979) fez algo inédito até então: pegou um gênero considerado menor, indicado mais para adolescentes e crianças, e o tratou com seriedade e maturidade. O Dia Em Que A Terra Parou (1951) é um filme adulto, que tem algo a ser dito e que merece ser ouvido com atenção. Os efeitos especiais – inovadores na época, risíveis hoje em dia – podem ter envelhecido mal, mas o ar kitsch é somente mais um charme em um projeto que ainda encontra ressonância. Afinal, "Klaatu Barada Niktu" não entrou para a História por acaso.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 9 |
Ailton Monteiro | 7 |
Bianca Zasso | 7 |
Chico Fireman | 7 |
MÉDIA | 7.5 |
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