
O Diário de Bridget Jones
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Sharon Maguire
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Bridget Jones’s Diary
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2001
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Reino Unido / França / EUA / Irlanda
Crítica
Leitores
Sinopse
O Diário de Bridget Jones mostra uma mulher de 32 anos que, em pleno Ano Novo, decide que já está mais do que na hora de tomar o controle de sua própria vida e começar a escrever um diário. Com isso, aproveita também para colocar suas opiniões sobre os mais diversos assuntos de sua nova vida. Parte da saga Bridget Jones.
Crítica
Um dos piores males da humanidade é a solidão. As pessoas estão cada vez mais sozinhas, e, ao menos para o cinema mainstream, o grupo que mais sofre com essa nova realidade é composto por mulheres por volta dos 30 anos. Justamente por isso, a impressão que se tem ao assistir filmes como Os Homens são de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou (2014) ou esse O Diário de Bridget Jones é que basta arrumar um bom partido para que se resolvam todos os problemas femininos. Essa visão, no entanto, é superficial e bastante reducionista. Pois em histórias como as vistas nestes longas, o foco, na realidade, está na protagonista feminina, suas dificuldades e conquistas. E é aí em que encontramos o diferencial destes projetos.
O livro no qual se baseia o britânico O Diário de Bridget Jones, da autora Helen Fielding, não consistia em um trabalho memorável, mas ao menos tinha uma lógica interessante, nos possibilitando um visão geral dos sentimentos que povoam a mentalidade das mulheres dessa faixa etária. São personagens grandinhas demais para continuarem morando com os pais, mas que ainda não encontraram o par perfeito para viverem ‘felizes para sempre’. Temas como indecisão profissional, insegurança social, amizades coloridas, trocas afetivas, ouvir e ajudar, preconceitos diversos, vícios proibidos e como lidar com a pressão familiar são constantes e, felizmente, sempre tratados com bom humor. O problema é que a maior parte destes elementos, presentes no livro, foram minimizados na transição para a tela grande.
Bridget Jones, interpretada com gosto por Renée Zellweger, é uma jovem que tem um flerte com o chefe canalha e conquistador. Porém, ao descobrir que ele está lhe traindo com outra, pede demissão e decide mudar de vida: arruma outra profissão, inverte seus valores, passa um tempo reclusa e promete se autodescobrir! Tudo muito bonito e organizado. No entanto, parece também um pouco gratuito, afinal ela só quer terminar junto ao herdeiro bonitão e simpático. Em sua versão literária, por sua vez, a personagem é uma eterna indecisa, que fuma como uma chaminé, passa os fins de semana inteiros na cama com depressão, vive estabelecendo metas que não consegue cumprir, detesta seu trabalho – mas tem medo de perdê-lo – e é iludida pelo charme do patrão galanteador. Lá, quando descobre a traição, até fica possessa, mas como é muito insegura, segue trabalhando e agüentando a humilhação e só troca de emprego ao receber uma indicação da própria mãe, e até no final tem dúvidas a respeito do seu futuro ao lado do novo parceiro. Quanto aos coadjuvantes, a situação é ainda pior. Tanto os amigos da protagonista quanto os pais dela são apresentados numa distância entre o original e o resultado final ainda maior.
É difícil estabelecer comparações entre uma obra e outra quando de naturezas diferentes, ainda mais em casos como esse, em que servem de inspiração entre si. Mas neste caso específico é de se lamentar o resultado, pois o que poderia ser um grande passo na direção de compreender a mente feminina acabou gerando mais um amontoado de clichês engraçadinhos que geram uma ou duas piadas de pouca graça. Salva-se a força desta personagem, realmente curiosa e que se sobressai dentre a mesmice geral, muito graças também ao talento de Renée Zellweger, num caso típico de intérprete de nasceu para este papel. Quanto ao resto do elenco, também nota-se um bom trabalho, algo comum nas comédias inglesas. O problema mesmo é o roteiro, que preferiu o sucesso fácil ao invés de apostar na inteligência do espectador.


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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 3 |
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