Crítica
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Sinopse
C.W. Briggs trabalha para uma companhia de seguros investigando fraudes. Ele terá de lidar simultaneamente com as novas políticas da empresa, implementadas por uma novata que lhe dá nos nervos (e a recíproca é verdadeira), e uma misteriosa sucessão de roubos mirabolantes que apenas alguém com muita astúcia poderia fazer.
Crítica
Woody Allen nunca foi um realizador unânime, digamos. Alguns críticos americanos torciam o nariz quando algo novo do cineasta era lançado, ao mesmo tempo em que os colegas europeus ovacionavam e o público ficava naquela corda bamba com reações extremas, de amar ou odiar. Em sua longa carreira, Allen passou por fases de pura genialidade, enquanto que em outros momentos era visível que algum bloqueio criativo ocorria. O Escorpião de Jade, para muitos, faz parte de um período problemático na filmografia do diretor, temporada essa iniciada em Trapaceiros (1999) e, finalmente, interrompida com o excepcional Match Point (2005).
O ditado já existe: “opinião, cada um tem a sua”, porém é difícil descartar esse período considerado um tanto sem graça na carreira de Allen. Entre alguns filmes dessa fase, em que muitas das produções foram produzidas através da Dreamworks, O Escorpião de Jade é um a se destacar. Com humor suave e trazendo Woody também frente às câmeras, é no mínimo um bom passatempo.
Brincando com elementos do cinema noir e, como sempre, com o ceticismo de seus personagens, encontramos a história de um investigador, C.W. Briggs (Allen), que é considerado o melhor detetive de seguros da década de 1940. Orgulhoso de seu título, ele se gaba de ser capaz de capturar qualquer trapaceiro entendendo suas mentes. É quando se vê à frente de um desafio: capturar um ladrão que usa a hipnose através do medalhão do Escorpião de Jade fazendo com que suas vítimas cometam os roubos. Em meio a isso, o investigador ainda precisa lidar com a chegada da nova chefa, Betty Ann Fitzgerald (Helen Hunt), e o enredo macabro em que se encontram após uma sessão de hipnose pelo ladrão, que faz com que eles próprios iniciem uma série de roubos de joias.
Apesar do humor leve, piadas deliciosas e Allen estar frenético em sua performance, O Escorpião de Jade não se vale apenas desses valores superficiais e coloca na tela questões que envolvem a evolução feminina a partir dos preconceitos inerentes às décadas passadas, principalmente no que se refere à emancipação da mulher, tema abordado através da personagem de Hunt. O tempero de Allen está todo lá e sua trama retoma, como sempre, seus próprios temas de outros filmes. As traições, os momentos de existencialismo, o ceticismo e as grandes beldades. Aqui, o destaque fica para Charlize Theron, que encarna em cena uma belíssima femme fatale aos moldes das personagens de Veronica Lake.
O Escorpião de Jade não é um Allen de ideias formidáveis apresentando um filme que faça com que a crítica e o público se satisfaçam da mesma forma. No entanto, chamá-lo de uma pequena realização do diretor certamente não é apropriado.
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