O Guia do Mochileiro das Galáxias
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Garth Jennings
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The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy
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2005
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Reino Unido / EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Depois de conseguir uma carona para fora do planeta antes que ele fosse explodido, Arthur está agora perdido na galáxia ao lado de uma tripulação problemática, contando apenas com o estranho guia dos mochileiros para se salvar.
Crítica
Desde que o livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, foi lançado, em 1979, Hollywood vinha pensando em como adaptá-lo para o cinema. É preciso considerar a época: Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977) tinha chegado às telas somente dois anos antes e o momento era de uma verdadeira febre de produções de ficção científica. Mais um, ainda que contasse com o diferencial de um olhar irônico e sarcástico, provavelmente seria uma boa pedida.
Acontece que a obra literária se tornou um fenômeno (já gerou três continuações, todas lançadas no Brasil), e as dificuldades de transposição do texto para imagens só aumentaram. A primeira tentativa foi em 1982, era para ser dirigida por Ivan Reitman e teria Bill Murray e Dan Aykroyd à frente do elenco. Algo durante o processo não deu certo, e a união desse time resultou noutra comédia de ficção, Os Caça-Fantasmas (1984). Nos anos seguintes nomes como Jay Roach (Os Candidatos, 2012) e Spike Jonze foram cotados para a direção, assim como os astros Jack Davenport (Kingsman: Serviço Secreto, 2014), Hugh Grant, Will Ferrell e Jim Carrey foram cogitados para interpretar o protagonista. Mas o passar do tempo mostrou que tudo isso não conseguiu ir além da especulação, e O Guia do Mochileiro das Galáxias chegou enfim às telas mais de duas décadas após o projeto inicial, com Garth Jennings (realizador de videoclipes de bandas como R.E.M. e Blur, aqui estreando no cinema) no comando e os até então desconhecidos Martin Freeman, Zooey Deschanel e Sam Rockwell nos papéis principais.
Essa escolha, no entanto, acabou se revelando certeira. Com nomes de pouco destaque envolvidos, o orçamento pôde ser reduzido e direcionado em sua grande parte para os efeitos especiais. Assim, nesse sentido, o filme não faz feio diante de outras produções semelhantes muito mais caras. Com um custo total de aproximadamente US$ 50 milhões, O Guia do Mochileiro das Galáxias não foi uma aposta arriscada, e como arrecadou praticamente a mesma quantia nos Estados Unidos (mais os lucros no mercado internacional, como Europa, Ásia e Brasil), terminou no lucro, mesmo não tendo sido um desempenho suficientemente impressionante para liberar sinal verde para suas continuações também saírem do papel.
O mais difícil parece ter sido encontrar o ponto certo para a adaptação. O livro de Adams é bastante singular, e muitas de suas imagens são difíceis de imaginar visualmente. É uma história de deboche, crítica e muito humor negro, acima de tudo. Logo de início somos apresentados a Arthur Dent, um homem que de manhã cedo descobre que sua casa vai ser demolida para dar espaço a uma rodovia. Quando achava ter problemas suficientes para um dia, recebe a notícia que um conhecido seu é um extraterrestre e que a própria Terra será destruída para dar lugar a uma nova estrada intergaláctica. Na companhia do amigo, consegue pegar uma carona em uma nave espacial que estava passando por perto no momento da explosão, e parte em busca das maravilhas – e das desventuras – do universo. Lá fora reencontra uma antiga paixão, o que prova também que não foi o único ser humano sobrevivente. Ao mesmo tempo, se envolve em diversas confusões ao lado do presidente da galáxia, que fugiu do governo e está em busca da “pergunta fundamental”, ou seja lá o que isso significa.
Abusando no nonsense e da ironia, O Guia do Mochileiro das Galáxias não é um filme para todos os tipos de público. Muitos ficarão na primeira leitura, e o considerarão, na melhor das hipóteses, uma grande bobagem – divertida, mas ainda assim sem muito sentido. Já aqueles que se desligarem de conceitos prévios e entrarem no espírito da obra irão encontrar algo inteligente e perspicaz. A narração em off (no Brasil com José Wilker, e em inglês com Stephen Fry) colabora muito neste sentido, explicando detalhadamente alguns dos melhores conceitos do livro. Mesmo assim, certos enxertos, como a participação de John Malkovich (pensada exclusivamente para o filme), cansam um pouco, assim como uma repetição desnecessária de piadas que são melhor exploradas na fonte original. Deixe de lado o histrionismo, o exagero e o contexto espacial: por mais disfarçada que esteja sua mensagem, temos aqui uma história que fala de problemas bastante humanos, e é bom quando podemos rir destes com consciência e reflexão.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Thomas Boeira | 6 |
Chico Fireman | 6 |
Francisco Carbone | 7 |
MÉDIA | 6.5 |
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