Crítica
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Sinopse
Rudy Baylor é um jovem e idealista advogado ainda sem emprego. Ao mesmo tempo, ele se torna a única esperança de um casal de idosos que precisa de dinheiro para a cirurgia do filho, mas que não o receberá da companhia de seguros. Aprendendo como funciona o sistema corporativo em seu país, Rudy precisará estar pronto para a difícil tarefa de ajudar essa família.
Crítica
Cuidadosamente planejado e desenvolvido a partir das características que fizeram com que o cinema clássico norte-americano recebesse (e merecesse) tal título, a adaptação de Francis Ford Coppola para o livro O Homem Que Fazia Chover, de John Grisham, representa o melhor que o cineasta pôde fazer com a obra de um autor best-seller, reconhecido por seus dramas jurídicos sentimentalistas e envolventes. Seguindo cinco títulos bem-sucedidos baseados em livros do escritor, com destaque para O Dossiê Pelicano (1993) e Tempo de Matar (1996), a mão e a marca de Coppola neste drama garantem as qualidades de um suspense irresistível do início ao fim.
A partir de uma premissa pautada no apelo inegável da história de Davi e Golias, O Homem Que Fazia Chover apresenta um jovem e pouco experiente advogado envolvido em um polêmico caso contra uma gigantesca companhia de seguros. Idealista, Rudy Baylor (Matt Damon) e seu cínico assistente Deck Schifflet (Danny DeVito) travam uma batalha para garantir os devidos cuidados ao pequeno Donny Ray, que sofre de leucemia frente a uma mãe impotente e sem esperanças, depois de oito tentativas de obter a cobertura da seguradora Great Benefit.
O drama joga com o espectador e seu inevitável prazer em perceber uma arrogante e insensível corporação sendo enfraquecida por dois astutos e sortudos advogados dedicados a uma causa humana e compassiva. Enquanto a trama se desenvolve com jogos de poder, estratégias detetivescas e intrigantes investigações, o filme tem seu ápice a partir de sua segunda metade, quando personagens, enredo e conflitos estão muito bem construídos e o drama de tribunal se inicia. Um deleite para qualquer apreciador do gênero. Damon e DeVito investem em performances marcantes e apoiadas por um texto eficiente que se vale da argumentação rica de Grisham, esta que serve igualmente ao antagonista de seus “heróis”, o advogado de defesa Leo Drummond (Jon Voight).
Depois de alguns anos (e filmes) sem assinar os roteiros que dirigia, Coppola evidencia em O Homem Que Fazia Chover sua compreensão e domínio da essencialidade dramática que conduz qualquer boa narrativa. Consciente dos méritos da literatura de Grisham e dos riscos ao se valer de uma narração condutora, o cineasta investe no agradável humor que sua história permite e desvia do consequente melodrama com o cinismo e desencanto intrínsecos do sistema jurídico. E o maior mérito do cineasta é o de atingir o clima e a atmosfera dos grandes suspenses dramáticos de tribunais, apoiados em casos envolventes e inteligentemente narrados – algo do qual Hollywood carece desde filmes como Anatomia de um Crime (1959) e Testemunha de Acusação (1957).
Damon, DeVito e Voight atingem ótimas performances apoiados na sensibilidade peculiar de seus personagens, sem extrapolar entre os triunfos ou derrotas que os mesmos atingem. Claire Danes, sem ter muito o quê fazer com seu papel, acaba eclipsada por Mary Kay Place e Teresa Wright, as verdadeiras personalidades femininas do filme. O elenco é apoiado pela excelente produção, na qual o design de produção de Howard Cummings e a fotografia de John Toll se sobressaem. O Homem Que Fazia Chover pode ser pequeno perto de outras obras de Francis Ford Coppola, porém está para algumas produções mais destacadas como Rudy e Deck estiveram para a seguradora Great Benefit. E, no final, quem acabou vencendo a luta?
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Conrado Heoli | 7 |
Robledo Milani | 6 |
Francisco Carbone | 3 |
Wallace Andrioli | 7 |
MÉDIA | 5.8 |
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