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Sinopse

Antigo super-herói, o Dr. Jegue ajuda seus amigos mecânicos com um piloto sabotado pela equipe rival. Ele acaba descobrindo um novo combustível, assim atraindo a cobiça de rivais e potenciais vilões.

Crítica

Como em time que estão ganhando não se mexe, volta e meia Renato Aragão e sua turma revisitavam títulos de produções suas que haviam dado muito certo, reapresentando-os com argumentos inéditos. Foi assim com Os Trapalhões e o Rei do Futebol (1986) e O Rei e os Trapalhões (1979), O Mistério de Robin Hood (1990) e Robin Hood: O Trapalhão da Floresta (1973) e também com Os Trapalhões na Terra dos Monstros (1989), que pegava carona do sucesso desse O Incrível Monstro Trapalhão. Mas que fique claro: um não era continuação do anterior, e nem mesmo elementos ou personagens se repetiam – no máximo, a semelhança entre eles eram os protagonistas, invariavelmente interpretados por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.

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Se a partir dos anos 1980 os filmes estrelados pelos Trapalhões começaram a apostar em enredos específicos, sem se basear necessariamente em alguma história já conhecida, na década anterior a estrutura era diferente. Contos de As Mil e Uma Noites, a lenda de Robin Hood ou paródias de fenômenos hollywoodianos como Planeta dos Macacos e Star Wars invariavelmente estavam na pauta. Assim como os textos clássicos de Robert Louis Stevenson, autor das tramas rocambolescas de A Ilha do Tesouro – que deu origem à O Trapalhão na Ilha do Tesouro (1974) – e O Médico e o Monstro, fonte direta deste O Incrível Monstro Trapalhão. Mas, como já era de praxe nas adaptações da trupe, o argumento original servia apenas de inspiração para em enredo que possuía formato muito próprio.

E que formato era esse? Invariavelmente, o que tínhamos era Didi como vítima dos achaques de Dedé, Mussum e Zacarias, que não reconheciam seu valor, e alguém em perigo – um galã despreparado ou uma garota inocente – que recorria aos quatro num pedido de ajuda. Dessa vez estamos no universo das corridas de automóveis, em que os pilotos interpretados por Paulo Ramos (O Cinderelo Trapalhão, 1979) e Eduardo Conde (Os Saltimbancos Trapalhões, 1981) são inimigos ferozes. Mas se o primeiro não sabia se defender sozinho, o segundo tinha ao seu lado vários capangas e estava sempre preparando armadilhas para o concorrente. Para ajudar o amigo, o cientista vivido por Aragão desenvolve uma mistura que, quando ingerida, traz à tona um monstro do bem, forte e invencível, que entra em cena para tirar os demais dos momentos de aperto.

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Só que no meio dessas experiências, Didi acaba descobrindo também um combustível extremamente potente que tem como matéria prima o marmeleiro nordestino! Sua invenção vira objeto de cobiça de árabes e russos, que farão de tudo para terem para si sua fórmula secreta. Só que Aragão só está preocupado, na verdade, em conquistar o amor de Ritinha (Alcione Mazzeo). Com piadas inspiradas em super-heróis dos gibis, como o Super-Homem e o Incrível Hulk, e fazendo uso de um absurdo merchandising de um gigantesco parque de diversões paulista, O Incrível Monstro Trapalhão termina com cenas de uma Brasília praticamente desértica, mas de onde o poder nacional começava a emanar, em uma leve crítica social. E se no geral tudo parecia, em resumo, mais do mesmo, salvando-se apenas as trapalhadas dos quatro amigos, uma grande mudança chamava atenção: pela primeira vez nosso protagonista deixava os colegas de lado e encontrava a felicidade muito bem acompanhado, partindo com a mocinha ao seu lado! Rico, poderoso e apaixonado: quer final melhor?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Robledo Milani
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Chico Fireman
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MÉDIA
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