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Crítica


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3 votos 4.6

Onde Assistir

Sinopse

Apenas uma garota escapou de um verdadeiro massacre acontecido em 1974 no Texas, nos Estados Unidos. No entanto, o que poucas pessoas sabiam é que uma criança escondida daquela loucura cresceu na ignorância.

Crítica

Essa nova versão de O Massacre da Serra Elétrica (1974) deve ter deixado muita gente indignada, mas nenhuma tanto quanto Clint Eastwood. A razão é simples: trata-se de um filme ruim, muito ruim. Sua ruindade extrapola os limites da paciência e da consideração para com o espectador. Agora, o que deve ter deixado o oscarizado cowboy enfurecido foi ter que assistir a essa bomba anunciada, e simplesmente porque seu filho, Scott Eastwood, é um dos protagonistas. Sim, esse é o tipo de trabalho que o garoto consegue quando está longe das asas paternas. Triste, não? 

Scott costuma ser presença frequente em todos os filmes do pai desde A Conquista da Honra (2006), marcando presença até quando Eastwood pai não está na direção, como em Curvas da Vida (2012). O Massacre da Serra Elétrica: A Lenda Continua é um dos seus primeiros esforços por conta própria – e o resultado não teria como ser mais desastroso. Claro que o garoto colabora – não existem expressões tênues em seu rosto, e a reviravolta que protagoniza, além de previsível, beira o ridículo – mas é preciso ter consciência de que a culpa não é toda dele. Afinal, não deve aparecer nem em um terço de toda a história. Ou seja, há muita lixeira no caminho – e trata-se de podreira do mal, nem um pouco louvável.

O sucesso do primeiro filme, escrito e dirigido por Tobe Hooper, gerou três continuações diretas, em 1986, 1990 e 1994 (esta última estrelada por Matthew McConaughey e Renée Zellweger, ambos em início de carreira). Depois de um tempo esquecida, a trama voltou aos holofotes com o remake O Massacre da Serra Elétrica (2003), com produção de Michael Bay. Esta releitura deu tão certo – financeiramente falando, é claro – que tornou-se a mais bem sucedida nas bilheterias de toda a franquia. Apesar de ter havido uma prequel em 2006, este O Massacre da Serra Elétrica: A Lenda Continua praticamente ignora tudo o que foi feito desde o lançamento do longa original, anunciando-se como uma sequência direta. E se o início deixa isso bem claro, inclusive compilando cenas antigas, tudo o que vem a seguir acaba com qualquer boa vontade da plateia.

O Massacre da Serra Elétrica tinha como protagonista Leatherface, um retardado mental com problemas na pele que assassinava pessoas a esmo e arrancava-lhes a pele, construindo para si próprio algo próximo de uma máscara, feita destes restos mortais. Para tanto, era ajudado por sua família de psicopatas, e quando uma de suas vítimas consegue fugir, a cidade inteira se volta contra eles, promovendo uma verdadeira chacina. O que descobrimos agora é que não só Leatherface conseguiu sobreviver, como permaneceu sob os cuidados da matriarca, uma senhora que guardava também em segredo a existência de uma neta, criada longe dali e sem nenhum conhecimento de sua origem.

Tudo muda quando a velha morre e a garota recebe a casa familiar como herança. O que não sabe é que o “primo” vem junto no pacote, e uma vez solto irá fazer o que sabe melhor: uma bela matança! E é exatamente isso o que acontece na primeira metade de A Lenda Continua: cinco pessoas sozinhas presas num mesmo lugar, lutando para sobreviver dos ataques do maníaco. Não é preciso ser nenhum gênio para saber que somente a [SPOILER] herdeira irá sobreviver, passando então para um novo momento do filme, quando a pequena cidade terá que se unir novamente para dar um fim de vez – ou não – a todo esse horror.

Foram necessários 6 roteiristas para conseguirem elaborar a trama patética de A Lenda Continua! Talvez somente um exagero como esse justifique os absurdos apresentados pelo diretor John Luessenhop (Ladrões, 2010). Ele chega ao ponto de tentar convencer a audiência que Leatherface é uma vítima das circunstâncias, além de revelar que a predileção pela serra elétrica pode ser genética. É tudo tão despropositado e moralmente duvidoso que nem o mais árduo apreciador do gênero conseguirá atravessar a sessão sem revirar o estômago pelos piores motivos possíveis e imaginados. Pobre Eastwood!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Grade crítica

CríticoNota
Robledo Milani
2
Alex Gonçalves
5
MÉDIA
3.5

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