Crítica
Leitores
Sinopse
No mundo dos leilões de arte e antiguidades de alta qualidade, Virgil Oldman é um conhecido e apreciado especialista em arte. Ele é contratado por uma jovem herdeira, Claire Ibbetson, para leiloar a grande coleção de obras de arte deixada por seus pais. Mas, por alguma razão, Claire sempre se recusa a ser vista pessoalmente. Robert, que ajuda Virgil a restaurar e montar algumas peças mecânicas antigas que encontra na casa da moça, também lhe dá conselhos sobre como ganhar sua confiança e lidar com os sentimentos que tem em relação a ela.
Crítica
Alguns filmes chamam a atenção simplesmente pelo nome que carregam por trás. Com um ator de alta estima como Geoffrey Rush à frente do elenco, a produção já valeria uma espiada, mas o nome de Giuseppe Tornatore, realça ainda mais este olhar. Conhecido por ser um diretor sensível que, às vezes, abusa das lágrimas, seu último trabalho de destaque no cenário internacional foi Malena (2000), produção relativamente interessante que teve como maiores méritos lançar Monica Bellucci aos holofotes globais e ter sido indicada ao Oscar de Melhor Fotografia e Trilha Sonora do que por seu conteúdo artístico, apesar de pisar no mesmo terreno que o excelente e oscarizado Cinema Paradiso (1988), do mesmo diretor. Chega a ser estranho que seu novo longa, A Melhor Oferta (2013), seja um drama que enverede mais pelo suspense do que qualquer outro estilo.
É um jogo de gato e rato, na verdade. Geoffrey Rush é o leiloeiro Virgil Oldman, alguém aparentemente desprezível pela sua arrogância e vaidade, mas que é um nome confiável nos negócios do mundo das artes. Ele aceita o trabalho de analisar os objetos de valor da casa dos falecidos pais da enigmática Claire (Sylvia Hoeks). Um dos objetos precisa ser remontado, por isto o protagonista conta com a ajuda de Robert (Jim Sturgess), um perito no assunto. Quem também se envolve na trama é Billy (Donald Sutherland), comparsa do leloeiro que o ajuda a enganar os clientes para ficar com as obras.
À medida em que a câmera de Tornatore vai invadindo a casa de Claire, os mistérios acerca daquelas obras e de seus personagens começam a lançar pistas para o espectador de que nem tudo é o que parece. Em pouco mais de duas horas de filme, este excesso de jogadas pode confundir o público, ainda mais que algumas são simplesmente inúteis e não acrescentem nada à trama. Servem apenas para justificar a tentativa de um “final surpreendente”.
O mais interessante do filme é a relação que se estabelece entre Virgil e Claire. Sem interesse sexual por ninguém, o protagonista apenas admira as figuras femininas de suas obras. Mulheres misteriosas cujo olhar nem sempre revelam o que pensam. Com agorafobia (medo de lugares abertos e multidões), a personagem é construída de forma meticulosa, pois não gosta de aparecer em público, formando um enigma para o espectador e Virgil desvendarem com mais interesse o que se passa na mente desta bela jovem. Um ponto extra para o roteiro e para a interpretação contida da holandesa Sylvia Hoeks.
A trilha sonora de Ennio Morricone é outro grande acerto. As composições que remetem ao estilo clássico se adequam não apenas aos cenários da trama como também ao estilo de suspense imposto. A ambientação física também é um grande ponto a favor. Para quem gosta de obras de arte ou pretende entender mais do assunto, é um deleite ver as paredes recheadas de quadros pintados por nomes como Goya e Renoir.
O final previsível com a explicação um tanto confusa causa estranhamento para que a produção tenha vencido cinco prêmios do David di Donatello Awards, o Oscar Italiano, incluindo Melhor Filme. Talvez o fato do filme ser longo e pretensioso demais sob alguns aspectos o tenha prejudicado. Não é uma grande obra de Tornatore, mas também está a mil léguas de ser ruim. Apenas não é inesquecível. Peso que Cinema Paradiso deixou sob os ombros do cineasta e que, até então, nenhuma de suas outras obras conseguiu sobrepujar. Com o perdão do trocadilho, talvez não tenha sido seu melhor lance.
Últimos artigos deMatheus Bonez (Ver Tudo)
- In Memoriam :: Joan Fontaine (1917-2013) - 22 de outubro de 2020
- Morte Sobre o Nilo - 10 de março de 2020
- Aspirantes - 1 de novembro de 2019
Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Matheus Bonez | 6 |
Francisco Carbone | 8 |
Wallace Andrioli | 5 |
MÉDIA | 6.3 |
Cale a Boca, Mateus, Vc não sabe de nada. Filme incrível. A única coisa previsível aqui é a sua crítica um tanto quanto ineficaz
A autenticidade da fraude toda não é o restaurante night an day ! É mais sutil.... A unica coisa verdadeira na trama é o nome da dona da mansão CLAIRE. um toque de verdade na obra de arte da falsidade toda !! Rsrsrsrsrs.....
Na minha opinião: O final não foi previsível, nunca se passou pela cabeça que ela enganaria o velho desse jeito, ainda mais em que o mocinho estaria na jogada. Mas faltou mostrar para onde a moça e o mocinho fugiram. O que significa o artefato que o velho achou no porta malas do carro ao mexer nas cópias do almanaque de pintura da coleção. Se a coleção na casa era realmente valioso ou não. Se o empregado da casa estava na jogada. E o que o velho foi fazer no restaurante com relogios por toda parte. Até pensei que ele pegaria o casalzinho de surpresa e recuperasse as pinturas.
Matheus, boa noite! Em qual país se passa o filme? Me pareceu Londres, mas não encontro esta informação. Grata, Rita