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Sinopse

O major Alan "Dutch" Schaefer lidera uma equipe de resgate em uma selva da América Central, para tentar encontrar um ministro estrangeiro e funcionários do governo que saíram da rota e se perderam. O exército acredita que eles estejam nas mãos de guerrilheiros, mas o que eles não imaginam é que a floresta esconde uma ameaça mortal, um ser de outro planeta, fortemente armado, que sente enorme prazer em matar.

Crítica

Embora a franquia que floresceu a partir desta obra tenha se aprofundado posteriormente no gênero de ficção científica, explorando a natureza do monstro titular e eventualmente fazendo um crossover com o universo de Alien, é difícil caracterizar O Predador como algo além de um filme de ação em sua forma mais pura. Sim, há uma criatura de origem extraterrestre caçando os personagens, mas, na essência, este longa de John McTiernan – que, um ano depois, realizaria Duro de Matar (1988) – é um perfeito exemplo do que foi o cinema de ação dos anos 80: exagerado, divertido e cheio de testosterona.

Arnold Schwarzenegger interpreta Dutch, líder de um esquadrão de resgate numa missão para salvar reféns de guerrilheiros num país da América do Sul. Logo, entretanto, a equipe percebe estar diante uma ameaça bem maior do que “simples” terroristas: um caçador com uma sofisticada tecnologia de camuflagem e ataque, que parece estar perseguindo, matando e esfolando seres humanos por diversão. Esse raso enredo, porém, é pouco mais do que um pretexto para exibir a masculinidade comicamente exagerada que marca toda a obra. A câmera de McTiernan parece fascinada pelos músculos de Schwarzenegger e Carl Weathers (mais conhecido como o Apollo Creed da franquia Rocky), algo visível na icônica (e hilariamente longa) tomada do aperto de mão/queda de braço no primeiro encontro entre os dois personagens, além das numerosas instâncias nas quais os soldados, sem camisa (e sem razão aparente para isso) e cobertos de suor, disparam metralhadoras pelo que parece uma eternidade, várias vezes ao longo da projeção.

Assim, uma vez que se decide não levar o filme muito a sério, os exageros, as breguíssimas frases de efeito e a pobre caracterização de cada um dos personagens conseguem virar parte do charme da obra. Além da violência digna de John Rambo, há pouco sob a superfície de O Predador, mas isso não significa que o longa não seja divertido e cheio de potencial para a eventual continuidade de sua mitologia própria.

Embora a maior parte dos efeitos especiais carregue uma qualidade oitentista que não envelheceu particularmente bem, como as péssimas animações da "camuflagem" do alienígena na floresta, o design e a caracterização do monstro impressionam ainda hoje. Não à toa, o Predador se tornou uma das figuras mais icônicas e verdadeiramente repulsivas da cultura pop e do cinema de horror e ficção científica. O alienígena, entretanto, não chega a ganhar muita personalidade, surgindo como um antagonista quase tão alheio aos seres humanos quanto a figura-título de Tubarão (1975), de Steven Spielberg.

Envolvente, mas sem grandes ambições, O Predador é exatamente o que se espera de algo repleto de militares musculosos e fortemente armados. Traz, entretanto, um ar tão característico e genuíno do cinema de sua época, que é difícil não criar simpatia por este filme; um vigoroso representante de um gênero que já não existe mais.

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cursa Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo e é editora do blog Cine Brasil.
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