Crítica
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Sinopse
Wesley Gibson tem 25 anos e detesta sua vida. Ele segue o caminho do pai e entra para a Fraternidade, uma liga de assassinos treinados para executar as ordens do destino, cujo lema é "matar um, salvar mil". Logo se torna o preferido da organização. Porém a situação muda quando percebe que seus parceiros não têm interesses tão nobres quanto aparentavam.
Crítica
Chega a ser impressionante o fato de que, às vezes, tudo o que as pessoas buscam é o descartável, o desnecessário, o desperdício. Pois tudo isso se encontra em O Procurado, longa que inacreditavelmente recebeu boas críticas no seu lançamento dos Estados Unidos e se confirmou como uma das maiores bilheterias do ano, faturando quase o dobro do seu orçamento, que foi de US$ 75 milhões. Tolo, previsível, exagerado, clichê e remendado de várias outras produções recentes, o filme simplesmente não possui alma própria, certificando que por ali há de tudo, menos originalidade.
Os problemas começam na gênese do projeto: baseado na série de histórias em quadrinhos Wanted, de Mark Millar e J.G.Jones (um projeto paralelo destes roteiristas e desenhistas de editoras como a Marvel e DC), O Procurado, o filme, desvirtuou toda a base primária, alterando o perfil dos personagens e eliminando conceitos fundamentais, como os superpoderes e a própria organização por trás dos eventos. O que restou de similar? Apenas a idéia de uma confraria de assassinos altamente treinados que eliminam pessoas antes delas provocarem grandes desastres. Seriam justiceiros com dotes premonitórios. Se isso já é difícil de engolir e de moral muito questionável, imagine só o resto.
O protagonista é um contador infeliz que leva uma vida miserável até o dia em que é recrutado para fazer parte deste grupo. Ali ele descobre que o pai que nunca conheceu, e que era o melhor destes profissionais, fora assassinado no dia anterior e que será ele, o filho, que deve assumir o lugar vago. Após terríveis treinamentos que mais parecem sessões de tortura, o garoto fica pronto para sua maior missão: matar o homem que teria eliminado seu pai. Quanta criatividade, não?
A escolha do escocês James McAvoy, até então visto em produções sérias como O Último Rei da Escócia (2006) e Desejo e Reparação (2007), é das mais improváveis, mas funciona até certo ponto. O pior mesmo é agüentar Angelina Jolie fazendo as mesmas caretas de maluca que vem repetindo desde o Oscar por Garota, Interrompida (1999) – seu personagem, aliás, é praticamente o mesmo de 60 Segundos (2000), só com a cor dos cabelos diferente – e a pose de malvado de Morgan Freeman, que até em produções inofensivas como o recente Banquete do Amor (2007) se sai melhor. Tudo bem, não é todo o dia que dá pra trabalhar num novo Batman: O Cavaleiros das Trevas (2008), mas há momentos em que é melhor ficar sem fazer nada do que se envolver em bombas como esta. Afinal, Morgan, duvido que você esteja com o aluguel atrasado...
Mas o pior mesmo de O Procurado é a direção deslumbrada do russo Timur Bekmambetov, que após deixar meio mundo de queixo caído com os inovadores Guardiões da Noite (2004) e Guardiões do Dia (2006) mostra que não é infalível, e que foi definitivamente engolido pelo cinemão hollywoodiano. Tudo o que antes era deslumbre agora é pastiche, justamente pelo excesso e gratuidade. Já o roteiro, escrito por Michael Brandt, Derek Haas e Chris Morgan (o mesmo trio por trás da série Velozes e Furiosos... bom crédito, não?), é desconcertante, de tão absurdo. Ele mistura elementos vistos em filmes como Matrix (1999) e Clube da Luta (1999), porém sem a menor inventividade destes. Não há vida criativa por trás de O Procurado. Mas, se for justamente isso que você está procurando, então talvez aprecie o resultado final. Infelizmente, não foi o meu caso.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Francisco Carbone | 8 |
Thomas Boeira | 8 |
Matheus Bonez | 7 |
Edu Fernandes | 7 |
Bianca Zasso | 7 |
MÉDIA | 6.8 |
Crítica hater. Todas as palavras utilizadas pelo autor, são risíveis e patéticas.