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Crítica


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Sinopse

Depois da vitória sobre a Rainha da Neve, os trolls desenvolveram um gosto pela liberdade. Tendo desempenhado um papel importante no triunfo, o troll Orm tornou-se um herói para todos. Mas isso não é o suficiente para ele. Comicamente exagerando suas façanhas e realizações, ele cria uma teia de mentiras, alegando que ele, pessoalmente, derrotou a Rainha da Neve, e que está destinado a se casar com a princesa e herdar um grande poder e riquezas… Mas até onde as histórias de Orm vão levá-lo? Nesta aventura animada e perigosa, Orm descobre que amigos, felicidade e amor verdadeiro não podem ser ganhos através da mentira!

Crítica

Quando O Reino Gelado (2012) foi lançado nos cinemas brasileiros há dois anos, o filme não fez muito barulho, mas também não deixou a desejar nas bilheterias. Animação russa, bonitinha, bobinha, sem mistérios. Como fez sucesso em seu país de origem e garantiu números razoáveis por aqui, era de se esperar uma continuação. Porém, naquele mesmo ano, outro filme bebendo da mesma fonte (o conto A Rainha da Neve, de Hans Christian Andersen) estreou e fez um sucesso tão estrondo que bateu recordes de bilheteria, levou Oscar para casa e deixou todos entoando a canção “Let it Go” por meses a fio. Sim, Frozen: Uma Aventura Congelante (2013) chegou “causando”. E justamente pela excepcional qualidade do filme da Disney é que este O Reino Gelado 2 se mostra um longa quase inexistente.

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O pior de tudo é que o foco nem são os irmãos Kai e Gerda, como na aventura anterior. Desta vez, o protagonista é Orm, o troll abestalhado que de ajudante da vilã se tornou amigo das crianças. É o “efeito Disney”. Após coadjuvantes animais tomarem conta dos filmes do estúdio do Mickey, o que varia de exemplos mais antigos como os ratinhos de Cinderela (1950) ou mais atuais como Dory em Procurando Nemo (2003), todo e qualquer estúdio de animação aposta as fichas em animais engraçadinhos para estrelarem suas próprias produções. Pode dar relativamente certo, como Os Pinguins de Madagascar (2014) – que se deram melhor na televisão do que no cinema, por sinal – ou afundar um filme, como os Minions (2015), que apesar do sucesso nas bilheterias, foram mal vistos pela crítica. Dito isso, Orm sofre do pior problema de todos: ele não é engraçado e tampouco apresenta profundidade.

A trama é boba, mas até prometia se fosse bem conduzida. Ninguém sabe que o troll era lacaio da malvada Rainha das Neves e, com seu fim na trama anterior, ele promete nunca mais mentir para ninguém. Acontece algo estranho com sua imagem refletida no lago gelado onde ele faz sua promessa, mas o que será descobriremos depois. Enquanto isso, suas preocupações se voltam para cuidar do emprego, buscar ingressos para o show que sua avó quer ir e, sucessivamente, as coisas começam a dar errado, ainda mais quando ele precisar virar o herói do filme para salvar o reino de mais uma ameaça gelada. Mas as situações constrangedoras em que o troll se mete já foram mostradas em tantos filmes e com diálogos melhores que nem graça causam.

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Sem ter muito o que dizer ou acrescentar de novo, O Reino Gelado 2 se mostra uma grande frustração, ainda mais ao não explorar melhor sua trama e desperdiçar a chance de aprofundar seus personagens e suas relações. Kai e Gerda mal aparecem e quase não tem ligação com a história. Não há grandes justificativas para esta continuação, ainda mais que Orm realmente não tem graça. Aliás, já não tinha antes. Fosse para escolher um coadjuvante daqui, que fosse Luta. A fuinha sim, sem nem falar, consegue arrancar algumas risadas do espectador, talvez as únicas do longa. Se você quer um programa gelado de qualidade, o melhor é rever Frozen, mesmo que seja pela décima vez. Pelo menos Elsa, Anna, Olaf e companhia garante muito mais risadas e drama na medida.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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