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Crítica


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Sinopse

Ronnie leva muito a sério seu trabalho como chefe de segurança de um shopping center. Diante de um exibicionista que pretende perturbar o cotidiano do local, ele encontra a oportunidade perfeita para mostrar sua competência.

Crítica

O Segurança Fora de Controle é um filme estranho. De todas as palavras que poderia usar, ‘estranho’ me parece justo. Nas duas horas que se passa dentro da sala de cinema, nos perdemos dentro das peculiaridades dessa cruza de Segurança de Shopping e Taxi Driver, dessa comédia sem ser comédia, onde até humor negro me parece um tanto quanto light para definir essa bagunça. Jody Hill assina como roteirista e diretor, e, para boa parte do público, seu nome não representa muito. Seu único filme até então havia sido The Foot Fist Way, comédia independente que acabou conquistando um pouco de atenção quando Will Ferrell trouxe Danny McBride para seu time de protegidos. Depois disso, Jody Hill conseguiu ogreen light para O Segurança Fora de Controle e acabou também abocanhando uma série na HBO, a Eastbound & Down, que traz no elenco novamente Danny McBride e, sim, participações do Will Ferrell. Mas as semelhanças terminam aí. Os trabalhos de Hill são pesados e por muitas vezes causam desconforto. Seus personagens são pessoas com defeitos, e daqueles tipos insuportáveis, que a gente não aguenta por mais de cinco minutos.

O Segurança Fora de Controle conta a história de Ronnie Barnhardt (Seth Rogen), um segurança de um shopping center que vive sua vida de uma maneira um tanto desiludida. Ele sofre de bipolaridade, sua mãe é uma bêbada e não é correspondido no amor. Mas Ronnie acredita que a sorte bateu na sua porta quando um tarado começa a atormentar os estacionamentos de onde trabalha, causando traumas em várias mulheres. Dentre elas está Brandi (Anna Faris), que trabalha no balcão de maquiagens dentro de uma loja de departamentos. Ela é a caricatura explícita daquele tipo de mulher burra, fútil e superficial que habita não só o solo americano, mas qualquer um onde silicone e ‘Oh My Gods’ fazer parte do dia a dia.

Achar esse tarado se transforma na prioridade numero um do rapaz, que passa a acreditar com todas as forcas que a vida finalmente está entrando nos eixos. Assim, decide se inscrever num programa para se tornar policial, leva Brandi num encontro e em nenhum minuto considera a possibilidade de ouvir um belo ‘não’. Mas quando as probabilidades se viram contra ele, o filme também se posiciona contra o espectador. E ao ficar sem controle, somos nós que acabamos perdendo o pouco de simpatia que tínhamos pelo personagem. Pouco importa descobrir se ele irá reconquistar o respeito das pessoas que o rodeiam. As cenas passam a ser violentas, e não de uma maneira engraçada, como no já conhecido Segurando as Pontas. Muitas delas enojam, não pelo o que está sendo visto, e sim pela simples falta de necessidade de tal momento existir na trama.

Seth Rogen merece todo o mérito da sustentação do longa. Ele está perfeito no papel, mesmo quando o roteiro peca em ligar pontos ou dar mais desenvolvimento aos personagens, que são vulgares e um tanto quanto previsíveis. O que sobrou em palavrões, faltou em criatividade. Usar recursos visuais para chocar, ou de longos diálogos envolvendo várias entonações da mesma palavra e frase – tudo isso já foi feito, e de maneira mais cativante.

Não vou dizer que não existiram momentos em que ri bastante, mas estes não foram suficientes para me fazer sair do cinema satisfeita. Humor negro tem o intuito de nos fazer rir de coisas que não temos coragem no dia a dia. Mas, neste caso, racismo, morte e psicose tomam proporções de mau gosto, em que. sinceramente, a gente mais se ofende do que se diverte.

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se alimenta nao só de chocolate, mas de filmes, livros, amigos e televisão. Prefere não mencionar música, já que tem a certeza absoluta de que vai ser presa pela quantidade de downloads feitos diariamente. Gosta de coisas toscas, mas também inteligentes. Tosquice é um estado de espírito, já dizia um sábio. Tosco, claro.
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