Crítica
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Sinopse
Crítica
Matt Damon é um dos mais improváveis astros do cinema hollywoodiano. O cara penou anos como coadjuvante em comédias bobinhas até emagrecer muito quilos e ser notado numa pequena participação em Coragem Sob Fogo (1996). Depois vieram trabalhos com diretores conceituados, como Francis Ford Coppola e Steven Spielberg, até a consagração em Gênio Indomável (1997), pelo qual concorreu ao Oscar de Melhor Ator e levou a estatueta dourada na categoria de Melhor Roteiro Original. Desde então, nesta última década vem alternando obras engajadas (Syriana: A Indústria do Petróleo, 2005), desempenhos elogiados (O Talentoso Ripley, 1999), campeões de bilheteria (Onze Homens e um Segredo, 2001) e alguns percalços (Os Irmãos Grimm, 2005). Mas o melhor dele - atuação, carisma, empenho - pode ser encontrado apenas em três filmes: a trilogia Bourne, composta por este O Ultimato Bourne e pelos anteriores A Identidade Bourne (2002) e A Supremacia Bourne (2004).
Se no primeiro filme fomos apresentados a um espião secreto desmemoriado que buscava salvar sua pele de assassinos profissionais e no segundo presenciamos o início da luta por vingança, agora ele está mais perto do que nunca da sua própria história, relembrando fatos cruciais e prestes a revelar os culpados pelo destino trilhado até este momento. O melhor é que esta é uma série absurdamente concisa. Cada episódio foi feito, pensado e elaborado separadamente um do outro, e em alguns casos não tendo nada além do título como semelhança aos livros originais de Robert Ludlum. E, mesmo assim, tudo faz muito sentido! É um material novo, sintonizado com a modernidade, ágil e muito bem realizado. Doug Liman (Sr. e Sra. Smith, 2005) dirigiu o primeiro filme e produziu os dois seguintes, que tiveram como diretor Paul Greengrass, indicado ao Oscar neste ano por Vôo United 93 (2006). Os dois delinearam um caminho muito seguro, e tudo segue exatamente de acordo com o proposto, mesmo que nunca previsível ou corriqueiro: inovação e ousadia são palavras-chave na produção, e quem mais ganha é o espectador.
Tramas como agentes secretos são quase um subgênero dentro do cinema norte-americano. Mas poucos são tão sérios e, ainda assim, empolgantes quanto os filmes Bourne. Tudo que Jason Bourne (Damon, encarnando com precisão o personagem, por mais surpreendente que isto possa parecer) faz, suas atitudes e decisões, são absolutamente naturais e convincentes, como se estivéssemos refletindo cada novo problema ao lado dele. Os traumas que ele enfrenta, os perigos superados e as conquistas almejadas são vivenciadas pela platéia em igual intensidade, tornando cada filme uma jornada única.
O Ultimato Bourne é, sem dúvida, o melhor blockbuster da temporada de férias nos Estados Unidos. De todos os títulos lançados nessa época do ano em 2007, alguns até podem ter sido mais bem sucedidos do que outros, mas invariavelmente acabaram decepcionando em algum ponto. Com exceção deste, perfeito em praticamente todos os quesitos. Com um elenco coadjuvante impressionante (Joan Allen, David Strathairn, Albert Finney, Julia Stiles, Daniel Brühl, Paddy Considine), um diretor consciente de sua história e das possibilidades à disposição e um protagonista em sua melhor forma, este Bourne 3 consegue combinar entretenimento, lógica, inteligência e diversão como poucos. Um mérito cada vez mais raro, e que merece ser reconhecido.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 9 |
Diego Benevides | 8 |
Thomas Boeira | 8 |
Roberto Cunha | 9 |
Chico Fireman | 7 |
Edu Fernandes | 8 |
Francisco Carbone | 8 |
MÉDIA | 8.1 |
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