Crítica
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Sinopse
Num mundo dividido por quatro grandes reinos, a Nação do Fogo avança sobre outros territórios, causando pânico e destruição. Após 100 anos desaparecido, o pequeno Aang é encontrado por Katara e Sokka, dois jovens de uma tribo da água. Para enfrentar os inimigos e proteger o equilíbrio espiritual, os três precisarão embarcar em uma viagem cheia de perigos.
Crítica
Com roteiro e direção assinados por M. Night Shyamalan, O Último Mestre do Ar é baseado no desenho Avatar (nenhuma semelhança com o blockbuster de James Cameron e seus seres azuis), criado por Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko. A história do filme acompanha os acontecimentos da primeira das três temporadas da animação. Aang (o estreante Noah Ringer) é o personagem título, a última pessoa que consegue dominar o ar. Mas esta não é sua única distinção. Ele é o Avatar, uma figura que, na teoria, consegue ter o poder sobre os quatro elementos: ar, água, terra e fogo. Ele estava preso dentro de um iceberg, até que uma dominadora de água, Katara (Nicola Peltz), e seu irmão Sokka (Jackson Rathbone) o encontram. Depois de conhecerem o menino, ambos decidem protegê-lo das investidas do príncipe Zuko (Dev Patel), um dominador do fogo que precisa capturar o Avatar para ser aceito por seu pai, o rei Ozai (Cliff Curtis).
É interessante observar que M. Night Shyamalan não abandona suas marcas registradas, mesmo tendo mudado de gênero cinematográfico. Em suas histórias de suspense, o cineasta costumava utilizar planos-sequência e enquadramentos diferenciados para contar sua história. Em O Último Mestre do Ar, é possível encontrar estes bons enquadramentos de outrora, assim como alguns planos-sequência em cenas de combate mano a mano, mostrando um extremo cuidado com a coreografia das cenas.
Infelizmente, todo o esmero com as coreografias parece ter substituído o usual cuidado de Shyamalan com seus atores mirins. A ficha corrida do cineasta indiano tem belas performances de Haley Joel Osment em O Sexto Sentido (1999), Spencer Treat Clark em Corpo Fechado (2001) e Abigail Breslin em Sinais (2002). É verdade que o talento destas crianças ajudou bastante, mas o cineasta certamente teve papel importante no comando dos jovens. O bom trabalho do passado, no entanto, não se repete neste novo filme, já que Noah Ringer e Nicola Peltz estão muito abaixo do esperado em uma produção deste porte. Aang e Katara recitam as falas e em nenhum momento parecem estar realmente pensando no que dirão em seguida. Os diálogos são tão automáticos e as atuações tão fracas que fica difícil uma conexão entre personagens e espectador.
Por outro lado, atores mais experimentados como o ótimo Shaun Toub e o competente Cliff Curtis conseguem pesar a balança para o lado da qualidade. Dev Patel, em seu primeiro papel depois do sucesso de Quem Quer Ser um Milionário (2008), constrói um personagem dúbio interessante, apesar de parecer pegar emprestado o figurino de Darth Maul, de Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999). Sua principal vontade é provar ao seu pai que é um rapaz corajoso, destemido e que merece vestir as cores do povo do fogo. Para isso, é necessário que ele capture o Avatar antes de seu rival, o comandante Zhao (Aasif Mandvi). Outra figura conhecida do elenco, Jackson Rathbone, da Saga Crepúsculo, tem momentos tão constrangedores quanto os protagonistas Ringer e Peltz, mas consegue melhorar durante o andamento da história.
Com algumas boas cenas de batalha, mas efeitos especiais limitados e um ritmo capenga, O Último Mestre do Ar ainda consegue entreter, principalmente quando os protagonistas não têm nada a dizer. Tudo indica que existe uma boa história ali, mas que não soube ser contada de forma correta. Para piorar a situação, o filme termina com um grande gancho para uma sequência. Não seria ruim, caso a Paramount, estúdio responsável pelo longa-metragem, estivesse realmente interessada em continuar a pretensa trilogia. Depois da resposta nada entusiasmada do grande público e com as críticas negativas, estes planos foram por água abaixo.
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É um filme de excelente entretenimento, mas a avaliação está muito baixa. Esses jornalistas que fundamentam estranhamente as coisas precisam rever seus conceitos sobre crítica. O orçamento do filme beirou os US$150 milhões e percebe-se os cuidados em toda movimentação das gravações. Ainda, estamos falando de Night Shyamalan na direção, então deveria ter mais cuidado, né. Na verdade só frisei isso porque esses "críticos" avaliam negativamente quase tudo.