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Sinopse
Faxineiro atrapalhado de uma academia, Melvin é diariamente humilhado pelos frequentadores do espaço, inclusive por dois casais de sociopatas que atropelam pessoas por puro divertimento. Um dia esse jovem é arremessado num tonel de resíduos tóxicos e se transforma no vingador deformado, decidido a fazer o bem e amar.
Crítica
O Vingador Tóxico é um dos trabalhos mais famosos da produtora independente Troma, conhecida por realizar filmes baratos e que visualmente remetem a produções trash. À primeira vista, aliás, a produção dirigida por Lloyd Kaufman e Michael Herz (fundadores da Troma) aparenta ser ruim. No entanto, é impressionante como o filme diverte com sua história, e por isso não é surpresa alguma ver quantos fãs ganhou desde seu lançamento em 1984, a ponto de hoje ser considerado um cult.
Escrito por Joe Ritter a partir do argumento de Lloyd Kaufman, O Vingador Tóxico se passa na cidade de Tromaville e nos apresenta a Melvin Junko (Mark Torgl), o atrapalhado e franzino responsável pela limpeza da academia local. Ele constantemente sofre bullying nas mãos dos atletas do estabelecimento, principalmente a dupla Bozo e Slug (Gary Schneider e Robert Prichard, respectivamente), sociopatas que ainda tem adoração por atropelar pessoas inocentes na rua. É então que em uma tentativa de dar uma lição em Melvin os grandalhões jogam o rapaz em um tonel de lixo tóxico. O acidente causa sérias transformações no faxineiro, que se torna um monstro extremamente forte, passando então a ajudar a população de Tromaville, sem medir esforços para acabar com os criminosos da cidade.
O Vingador Tóxico possui uma narração em off desnecessária, que inicia o filme explicando demais certos detalhes – e retorna só no final. Outro problema é a montagem, que insere cortes secos onde menos esperamos, além de atuações que não poderiam ser mais artificiais. Mas depois de um tempo, nem nos preocupamos tanto com esses elementos. Isso não só por eles meio que se encaixarem na bizarrice do filme, mas também porque as belas sacadas de Herz e Kaufman compensam tudo muito bem, causando boas risadas ao longo da projeção. É algo que pode ser visto, por exemplo, na forma como o roteiro satiriza os vilões brutamontes da academia (“Gordura? Aaaaaah!”), ou no romance entre o protagonista e Sara (Andree Maranda), garota que ele salva em determinado momento e que obviamente é cega, não tendo como ver o quão monstruoso ele é.
Mas de todas as ideias do filme, a melhor é sem dúvida a concepção do próprio Vingador Tóxico. Mistura de super-herói e assassino de slasher movie, o personagem diverte com sua voz particularmente interessante e com a maneira absurda como age ao salvar as pessoas. Quando enfrenta os criminosos, Herz e Kaufman investem bastante no gore, como quando ele abate alguém na academia usando um dos equipamentos, ou ao arrancar os olhos de um assaltante. Com relação a isso, vale dizer que as criaturas que passam pelas mãos do protagonista são tão odiáveis e irritantes que nem sentimos pena quando as atrocidades ocorrem com elas. E já que mencionei a estética assumida, é interessante notar como os efeitos práticos usados pelos diretores funcionam eficientemente na maior parte do tempo, merecendo destaque toda a transformação de Melvin.
Embalado por uma seleção de músicas típicas da década de 1980 e que hoje soam bem datadas, O Vingador Tóxico mostra saber entreter o público com seus excessos. De certa forma, é um filme que ri de si mesmo, mas sem se esquecer de fazer com que o público ria junto.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Thomas Boeira | 8 |
Marcelo Müller | 8 |
Bianca Zasso | 8 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 7.5 |
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