Crítica
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Sinopse
Crítica
Só há uma coisa de realmente interessante que possa ser dito a respeito de Operação Presente, uma das grandes apostas de lançamentos deste fim de ano: trata-se de uma produção da Aardman, o oscarizado estúdio de animação responsável pelos geniais Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005) e A Fuga das Galinhas (2000). Mas, se essas credenciais impressionam, todo o resto deixa a desejar. Essa fábula animada sobre o atrapalhado filho do Papai Noel que busca atender o pedido da única criança em todo o mundo que foi esquecida na noite de Natal pelo Bom Velhinho é por demais infantil, e deverá agradar apenas aos mais pequenos.
Lançado nos Estados Unidos no final de novembro, Operação Presente acabou ficando em quarto lugar no ranking geral dentre as estreias da semana. Sinal mais que evidente de que não cativou tanto a atenção do público quanto se imaginava, apesar da época do ano. E uma das causas mais prováveis para isso é o próprio roteiro, bastante linear e com poucas surpresas, além dos personagens não muito cativantes – eles conseguiram transformar até o clássico Papai Noel numa figura relapsa e distraída, como se estivesse cansada de toda a função, sem se importar verdadeiramente com coisa alguma. E Arthur, o filho menor, é o bobo alegre, alguém que sob hipótese alguma poderia assumir tamanha responsabilidade. A seu favor está apenas o coração nobre – mas, se levarmos em conta que o sobrenome dele é Noel, isso é o mínimo que deveríamos esperar dele, não?
Na trama de Operação Presente há ainda uma disputa pelo trono nos mais tradicionais moldes shakespearianos. Afinal, se Arthur possui o espírito do Natal dentro de si, quem entende bem da engenharia e do processo de entrega de bilhares de presentes em uma única noite ao redor do planeta é o irmão mais velho, Steve. Essa figura militar é um gênio estrategista, e todos os esforços por ele empenhados parecem ter um único objetivo: subir ao posto de novo Papai Noel, assumindo o que acredita ser seu direito absoluto como primogênito. Só que nesse processo tão técnico e preciso, tanto ele quanto o próprio velho Noel, assim como os milhares de elfos ajudantes, esqueceram do principal: manter vivo o sonho e a magia natalina. E quem se encarregará dessa missão será Arthur, tendo como ajudantes o avô ávido por novas emoções, uma elfa determinada e uma rena disposta a fazer valer seu último fôlego.
Operação Presente é um primor de técnica e perfeição, dono de um visual que realmente se destaca pelo cuidado com os detalhes em torno do ambiente imaginado. Mas nada que chegue realmente a impressionar, pois com a precisão cada vez mais em alta em Hollywood e com o uso e abuso dos efeitos em 3D se tornando a cada dia mais comuns, tudo o que aqui é visto não pode, necessariamente, ser apontado como inovador ou surpreendente. E isso, envolto num enredo desprovido de maior profundidade, repleto de mensagens óbvias e clichês e sem nenhuma possível interpretação mais adulta, tudo termina por resultar em um exercício cansativo e enfadonho. Como é colorido e agitado, as crianças menores deverão se divertir. Mas somente elas.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 8 |
Roberto Cunha | 7 |
MÉDIA | 6.3 |
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