Crítica
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Sinopse
Um homem e sua filha pequena desafiam os representantes das leis divinas no vilarejo onde vivem e partem em busca de liberdade. Mas o que poderia ser uma vida abençoada pela felicidade, torna-se um labirinto de ciúmes e violência. Só que nenhum deus pode impedir alguém de ser feliz.
Crítica
O cinema brasileiro tem a tendência de evitar temas polêmicos. É raro encontrar uma produção nacional cuja trama gire a respeito de assuntos como política ou sexo, por exemplo. Da mesma forma, são raros os que se dedicam a analisar os efeitos da religião entre seus seguidores. Pela iniciativa de promover uma discussão e um a respeito do tema o drama histórico Oração do Amor Selvagem já possui méritos que justifiquem um olhar mais atento. Mas há mais, principalmente no elenco principal, que apresenta nomes de talento em atuações de bastante entrega. No entanto, nem tudo são flores, pois por esse caminho somos guiados pelo diretor Chico Faganello, um cineasta que demonstra em seu trabalho um empenho que não se equipara a sua realização.
Inspirado em um episódio verídico, Oração do Amor Selvagem conta o que acontece ao camponês Thiago (Chico Diaz) e sua filha Clara (Camilla Araújo) quando precisam procurar ajuda para a mãe da menina e esposa dele, que está gravemente enferma. O primeiro lugar a que recorrem é na Igreja da vila onde moram, simplesmente por ser a autoridade mais próxima. Ao chegarem lá, são rechaçados pelo padre por não frequentarem as missas e, para piorar a situação, por causa da criança não ter sido batizada. Em desespero, seguem em frente até a fazenda do velho Otaviano (Adilson Magah), lugar que lhes acolhe, oferecendo abrigo e refúgio espiritual, além de cuidados para a doente. No entanto, os esforços não são suficientes, e a mulher acaba falecendo. Sem mais esperanças, o viúvo se entrega à bebida. Mas ele não está sozinho, e precisa encontrar um novo rumo a sua vida e de sua família.
Isso acontece quando conhece a viúva Anita (Sandra Corveloni), que lhe oferece trabalho e uma oportunidade de educação para a garota. O problema é que essa região onde agora se encontram é comandada pelo pastor Kurtz (Ivo Müller), que desconfia da presença do estranho. E a situação piora quando Miranda (Camila Hubner), a irmã por quem possui uma obsessão quase incestuosa, se apaixona pelo forasteiro. Surge então um misto de ciúmes e proteção exagerada, que acaba respingando para os moradores vizinhos. Kurtz começa a pregar contra Thiago, que por sua vez se recusa a participar dos cultos. A viúva, até então uma figura popular na comunidade, passa a ser evitada. A história de amor entre Thiago e Miranda poderia ser símbolo de um renascimento, de um homem desiludido que encontra forças para seguir em frente e começar de novo. No entanto, será a fé religiosa, empregada para emular o mal e o desacerto, que irá determinar a sina do casal.
Ivo Müller, um ator mais frequente nos palcos e ainda com pouco espaço no cinema brasileiro – seu trabalho de maior destaque até então, para se ter ideia, foi no português Tabu (2012), premiado no Festival de Berlim – compõe com precisão esse tipo que desperta fúria e desprezo, preocupado desde trejeitos físicos até nas motivações por trás de seus atos. Chico Diaz segue entregando uma performance de fôlego, enquanto que Sandra Corveloni, mesmo com pouco tempo em cena, surge como uma presença de respeito. Oração do Amor Selvagem é um filme interessante, que oferece luz a um tema que merece ser discutido, mas que tropeça pela falta de habilidade dos responsáveis por sua execução. Com um realizador mais experiente e um maior cuidado em sua finalização, poderíamos estar diante de uma grande obra. Não chega a ser o caso, ainda que mereça muito da atenção que desperta.
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A sensação que tenho é que o Robledo não viu o mesmo filme que eu. Roteiro impecável, personagens consistentes, tudo no lugar, escolhas sensíveis e encaminhadas com precisão. Mas já poderia imaginar, o que viria qdo ele começa com uma generalização completamente incompreensível dizendo que "o cinema brasileiro tem a tendência de evitar temas polêmicos"...
Filme extraordinário, envolvente do início ao fim, a fotografia espetacular muito ter a oportunidade de contemplar
Excelente filme a nível nacional! Chico Diaz como sempre surpreendente em seus papéis! O Filme retrata bem o preconceito religioso e a simplicidade do interior.Final trágico mas que está em sintonia com o desenrolar do filme! Nota 10!!! Não sou crítica de cinema, mas a opinião do telespectador vale muitos pontos para o filme! Obrigada pelo espaço!
Eu achei espetacular, sem vício de Hollywood, uma bela direção de arte, principalmente, na atenção dada aos objetos que aparecem no filme, são perfeitos. A fotografia não fica pra trás, nos entrega todo o drama que o filme pede, adorei também as atuações, a filha do xucro é espetacular!! E o tema então, importantíssimo, mas, infelizmente, pra gente, como seres humanos, tenho a impressão que sempre será atual. Pessoalmente, não vi problemas de execução, talvez se eu assistir uma segunda vez, eu perceba, mas, já considero uma das melhores obras brasileira que já assisti.