Crítica
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Sinopse
Os festeiros Mike e Dave colocam um anúncio para encontrar quem os acompanhe ao casamento da irmã. Esperando se dar bem, os rapazes acabam encarando duas garotas ainda mais selvagens do que eles.
Crítica
Se no futuro Zac Efron conseguir se firmar como mais do que um rostinho bonito e, sim, um ator de talento, é bem provável que Os Caça-Noivas venha a ser lembrado como apenas mais um dos filmes da “era descamisada” do ator. Afinal, nos últimos tempos, todos os longas estrelados pelo rapaz parecem ser histórias de um mesmo personagem, graças, principalmente, à falta de versatilidade dele. Namoro ou Liberdade (2014), Vizinhos (2014), Música, Amigos e Festa (2015), Tirando o Atraso (2016) e a continuação Vizinhos 2 (2016) pouco se diferenciam entre si. E este aqui tinha algo a mais – é inspirado em uma história real – que poderia indicar uma mudança, o mesmo elemento é logo desperdiçado pela busca de um riso fácil e sem consequências.
E não que Efron não tenha tentado – projetos como Eu e Orson Welles (2008), de Richard Linklater, ou Obsessão (2012), de Lee Daniels, mostram que ele até buscou algo mais diversificado. Mas a impressão atual é que ele parece ter simplesmente cansado. Afinal, pra que se preocupar, se o ditado diz que ‘em time que está ganhando não se mexe’? Porém, o torso bem definido e o cabelo intocável talvez não durem para sempre. E, neste caso, seria bom ir além do óbvio. Algo que, definitivamente, não acontece em Os Caça-Noivas. E pelo que se vê na tela, é justamente ele quem se sai pior nessa busca por um terreno seguro. Anna Kendrick pode ser a mais irregular, mas ao menos está se arriscando. Enquanto que Adam Devine e Aubrey Plaza roubam a cena a cada aparição, conseguindo ir além do alívio cômico sem muito esforço.
Mike (Devine) e Dave (Efron) são dois irmãos que levam a vida de modo inconsequente, entre garotas, festas e bebidas. Se para eles esse jeito de ser não lhes causa dor de cabeça, para os familiares é um verdadeiro inferno, pois a cada reunião a dupla se torna incômoda, com exageros e falta de noção. Por isso, antes do casamento da irmã, eles recebem um ultimato: só poderão ir à cerimônia se estiverem namorando firme até lá. Decididos a fazer qualquer coisa para agradar aos pais, acabam colocando um anúncio nos classificados atrás de “garotas bonitas e comportadas”. Só que o tiro acaba saindo pela culatra, e milhares de candidatas se apresentam para as vagas. Como escolher dentre tantas parece ser um tarefa impossível, eles acabam caindo no papo de duas jovens mais espertas que fingem um encontro casual para atraí-los – e, assim, garantir o convite para o evento, que será durante uma semana no Havaí!
Alice (Kendrick) e Tatiana (Plaza) são as moças que acabam sendo eleitas, e assim deveria ser o argumento do filme: dois festeiros, quando tentam se comportar, acabam arrumando namoradas piores do que eles, o que só piora a situação. O problema é que o diretor Jake Szymanski (de longa carreira no vídeo e na televisão, porém estreante no cinema) parece não ter entendido bem essa ideia, ou lhe faltou coragem para levá-la adiante. Assim, o que deveria ser literalmente insano e ousado, logo se confirma como mais uma comédia romântica convencional, porém em dose dupla. As meninas na primeira oportunidade deixam para trás a postura de aproveitadoras para começarem a ceder aos poucos, enquanto que os rapazes, burros como uma porta, caem facilmente no jogo delas, independente de qual seja. E no meio dessa bobagem sem muito fôlego ainda há o desenlace entre a caçula deles (Sugar Lyn Beard, de 50%, 2011) e seu noivo (Sam Richardson, uma das revelações do seriado Veep, 2012-2019).
Zac e Aubrey estiveram juntos no citado Tirando o Atraso, enquanto que Anna e Adam foram colegas em A Escolha Perfeita (2012). Percebe-se, portanto, que não houve nenhuma dificuldade em formar o elenco de Os Caça-Noivas (o título em português é outro erro, pois eles não estão caçando noivas, e sim convidadas para um noivado). Há piadas abusadas, um continua com a pose de galã do início ao fim, o outro debocha de tudo, uma mantém a mesma cara de non sense independente da situação e a última tenta se revelar frágil, porém sem muito sucesso. Ou seja, o elenco parece ter se divertido muito mais do que a audiência. Assim, é até possível dar algumas risadas sem muita reflexão, mas basta pensar com um pouco mais de cuidado para revelar o quão descartável é tudo o que aqui está combinado. Tão esquecível quanto a carreira dos envolvidos, caso um projeto como esse, ao invés de exceção, se confirme mesmo como regra.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 5 |
Francisco Carbone | 4 |
MÉDIA | 4.5 |
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