Crítica
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Sinopse
Na véspera de Natal, três fantasmas visitam um velho senhor que não acredita no espírito natalino.
Crítica
A grande questão é: por que refilmar mais uma vez Um Conto de Natal, o clássico conto de Charles Dickens? Esta versão mais recente, estranhamente batizada no Brasil de Os Fantasmas de Scrooge, não acrescenta nada de novo ao tema, soando antiquada, a despeito das técnicas inovadoras de animação que emprega. Aliás, esta é outra dúvida interessante: quando o diretor Robert Zemeckis irá se cansar de fazer este tipo de filme que, aparentemente, só ele gosta realmente? Depois dos irregulares O Expresso Polar (2004) e A Lenda de Beowulf (2007), ele volta a buscar na captura de movimentos uma inspiração que segue não se realizando satisfatoriamente na tela. Se o desejo do realizador é criar desenhos animados que se combinem com o talento dos atores, mais uma vez o resultado é frustrante.
O Expresso Polar, com Tom Hanks, custou US$ 165 milhões e arrecadou, nos Estados Unidos, US$ 162 milhões (acabou se pagando com a bilheteria internacional, que o levou a superar a marca dos US$ 300 milhões). Ou seja, ficou quase que elas por elas. Mas era um projeto revolucionário e inovador, e acabou justificando a aposta. O longa seguinte, A Lenda de Beowulf, se saiu pior. Com um orçamento de US$ 150 milhões, nem a versão digital de Angelina Jolie foi suficiente para arrecadar mais do que a metade deste valor. Apesar do prejuízo, Zemeckis seguiu insistindo na ideia, e nos entrega agora Os Fantasmas de Scrooge, o mais caro dos três (US$ 200 milhões) e que, novamente, obteve um retorno aquém do esperado (menos de US$ 120 milhões após o primeiro mês em cartaz nos EUA). Não seria o momento do diretor desistir deste caminho e seguir em outras direções, como as que já lhe renderam frutos tão empolgantes quanto Uma Cilada para Roger Rabbit (1988), De Volta para o Futuro (1985) ou o oscarizado Forrest Gump (1994)?
A trama de Os Fantasmas de Scrooge é mais do que conhecida – afinal, desde o início do cinema já foram feitas dezenas de versões do livro de Dickens, lançado no final do século XIX – uma das mais recentes foi a comédia romântica Minhas Adoráveis Ex-Namoradas (2009). Durante uma noite, na véspera de Natal, quatro espíritos decidem visitar o rabugento Scrooge, um senhor mesquinho que só vive para juntar dinheiro (este personagem serviu de inspiração para o milionário Tio Patinhas, da Disney). O primeiro é o fantasma do antigo sócio dele, que o avisa do que está por vir, ao mesmo tempo que lança um alerta: só somar, sem dividir com os outros, não rende satisfação alguma. Os três seguintes servem para recordá-lo de como foram os natais passados, mostrar como está sendo o Natal presente e revelar como serão os natais futuros, caso ele continue agindo de forma ranzinza e egoísta. Ou seja, a mensagem é bonita. Mas também assustadora e repleta de momentos trágicos e bastante severos.
Zemeckis acerta ao buscar em Jim Carrey, um dos atores mais talentosos do cinema americano, a figura perfeita para o seu Scrooge. Fora isso, no entanto, é um desperdício do início ao fim. Grandes nomes, como Gary Oldman, Colin Firth, Bob Hoskins e Robin Wright são desperdiçados em nome de uma tecnologia que ainda é mais uma experiência do que um ganho concreto. E se os resultados financeiros não são tão estimulantes, eles não deixam de ser também um reflexo da impressão crítica, que aponta para a falta de calor humano em uma história que lida com sentimentos universais e cujo efeito deve, de forma imprescindível, conseguir se conectar com o espectador. E este é o maior pecado do filme – a falta de sintonia. Impressiona, mas não causa o impacto necessário. E por fim acaba sendo muito mais o registro de uma mania do seu realizador do que um feito realmente digno de reconhecimento.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Chico Fireman | 6 |
Bianca Zasso | 7 |
MÉDIA | 6 |
Essa crítica envelheceu igual ovo podre. Uma das adaptações mais amadas pelo público. O Expresso polar se tornou um clássico e amado por todos que já assistiram. Essa mania de se apegar a bilheteria é tão ridícula, quanto se apegar ao dinheiro, mas não ter um legado ou a possibilidade de usufruir tal objeto imaginário. Scorsese já chegou a dizer: "Entendo que um filme custa uma certa quantia e que eles esperam pelo menos receber esse valor de volta e mais um pouco… [Mas] a ênfase agora está em números: custo, final de semana de estreia, quanto ele fez nos Estados Unidos, quanto ele fez na Inglaterra, quanto feito fez na Ásia, quanto ganhou no mundo inteiro, quantos espectadores teve. Como cineasta e como uma pessoa que não consegue imaginar a vida sem cinema, acho isso um verdadeiro insulto" Crítica completamente ridícula e levada ao esquecimento e ao desprezo.
obra prima