Os Homens São de Marte… E É pra Lá que Eu Vou!
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Marcus Baldini, Homero Olivetto
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Os Homens São de Marte… E É pra Lá que Eu Vou!
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2014
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Brasil
Crítica
Leitores
Sinopse
Ironia. Essa é a definição ideal para a situação de Fernanda, de 39 anos, que trabalha organizando a cerimônia mais importante do imaginário feminino, o casamento, mas é solteira. Forte devota do amor, a produtora lida com os mais diversos tipos de homem e reserva grande parte do seu tempo à procura do par perfeito.
Crítica
Não é por acaso que as comédias românticas representam um dos gêneros mais populares do cinema mundial. Afinal, enquanto alguns insistem em considerar a atividade cinematográfica como um exercício artístico – e não sem razão – a imensa maioria dos espectadores a encara apenas como um passatempo, uma forma de entretenimento e diversão. E para aqueles que buscam apenas se ocupar com algo leve e despreocupado, nada melhor do que lhes oferecer aquilo que está em falta – o que, na maior parte das vezes, consiste em uma história de amor com direito a príncipe encantado e cavalo branco. Os Homens são de Marte... E é pra lá que Eu Vou!, filme desenvolvido a partir da peça teatral de imenso sucesso escrita e interpretada por Monica Martelli, tem essa realidade muito nítida, porém com um diferencial: sem desrespeitar a inteligência dos presentes em ambos os lados da tela.
Muitos dos filmes que seguem essa linha possuem uma narrativa pobre, em que um casal qualquer se apaixona quase que instantaneamente e por acaso logo no começo da trama, apenas para se separarem mais adiante e, após alguns percalços, reatarem para, enfim, viverem felizes para sempre. Se esse cenário pode soar clichê, pouco importa para Fernanda (Martelli), uma solteirona de 39 anos que trabalha como organizadora de casamentos e que segue acreditando que o homem dos seus sonhos pode aparecer a qualquer momento. Enquanto isso não acontece, ela vai se divertindo com os errados que surgem por seu caminho, sem nunca deixar de ter fé. Assim a vemos se envolver com um senador garanhão que a cada dia está com uma namorada diferente, com um milionário esbanjador que só quer saber de festa, com um DJ muitos anos mais jovem e sem condições de encarar qualquer tipo de compromisso ou com um alemão bicho grilo que largou a vida na cidade grande para tentar a sorte no melhor estilo zen no meio do mato.
Todos os tipos masculinos apresentados em Os Homens são de Marte... escorregam no estereótipo, porém possuem uma função muito específica: definir os diferentes perigos que afastam uma garota daquele sonho dourado do casamento perfeito. A visão pode ser machista, representar anos de atraso ao progresso do feminismo ou mesmo estreita diante as tantas possibilidades dos dias de hoje. Mas lembre-se: estamos diante de uma obra passageira, cuja única preocupação é entreter com eficiência. E isso, curiosamente, é feito com um saldo razoavelmente positivo.
Muito se poderia discutir sobre o perfil da protagonista de Os Homens são de Marte..., uma mulher disposta a largar amigos e uma carreira profissional de sucesso sem pensar duas vezes ao menor sinal de um caso amoroso. É difícil defendê-la, mas talvez mais complicado ainda seja não se identificar com ela. Colocar-se nas mesmas situações enfrentadas pela personagem é, de fato, angustiante, e poucos talvez reagissem de forma diferente. E se algumas soluções apresentadas pelo filme de Marcus Baldini – o mesmo diretor de Bruna Surfistinha (2011), novamente trabalhando com o universo feminino e entregando algo superior ao imaginado – se explicam sem maiores conflitos ou complicações, é da natureza da história apresentada. Tanto na ficção quanto na plateia estão representadas pessoas em busca de um ideal que até pode não existir, mas que nem por isso deixam de acreditar.
Os Homens são de Marte... E é pra Lá que eu Vou! tem outros méritos, felizmente. Monica Martelli segura com tranquilidade essa mulher que já foi vista por mais de dois milhões de espectadores nos teatros de todo o Brasil. Seus coadjuvantes – principalmente Paulo Gustavo – são bons pontos de apoio, assim como os homens que cruzam seu caminho – Eduardo Moscovis, Humberto Martins, Peter Ketnath, Marcos Palmeira, José Loreto – são charmosos, belos e quase transparentes, servindo como escada para o brilho da protagonista. Ainda no elenco, participações especiais de Irene Ravache e Ana Lúcia Torre oferecem um brilho extra ao projeto, reforçado pela impressionante produção - que, definitivamente, não poupou esforços – e pela trilha sonora competentemente escolhida por Plínio Profeta. Ultimamente tem se comentado muito sobre o excesso de comédias no cinema nacional e da baixa qualidade das mesmas. Se por um lado há uma verdade nessa afirmação, este filme pode ser a exceção que confirma a regra.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Robledo Milani | 7 |
Bianca Zasso | 3 |
Francisco Carbone | 5 |
Edu Fernandes | 5 |
MÉDIA | 3.3 |
assisti ontem no cinema normal, bem legal, história bem dirigida e produzida, atuações convincentes, muitas cenas hilárias, uma boa produção nacional.