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Crítica


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Sinopse

O maior fã dos Muppets, Walter viaja a Los Angeles ao lado de seus amigos Gary e Mary. O trio descobre que há um vilão disposto a destruir o Muppet Theatre para explorar o petróleo descoberto no local. Pensando em salvar o espaço, eles ajudam Caco a reunir novamente o pessoal para produzir um programa de TV.

Crítica

Os Muppets, personagens criados por Jim Henson, fazem parte do imaginário norte-americano. Sim, nos Estados Unidos são verdadeiros ícones. Mas e no Brasil? Por aqui até tiveram algum sucesso nos anos 80, mas há muito ninguém ouve falar deles – e nem parece se importar com essa ausência. Então por que um filme chamado apenas de Os Muppets deveria fazer sucesso no nosso país? Resposta: não faz! No seu fim de semana de estreia, ficou em quarto lugar nas bilheterias verde-e-amarelas, resultado bem diferente do conquistado na terra do Tio Sam. E o longa merece esse descaso dos brasileiros? Infelizmente, é preciso concordar. É uma obra feita de e para crianças, com enredo simplista e sem maiores profundidades ou arroubos de criatividade. Tudo é muito simples e óbvio, e a aposta está no carisma dos bonecos – que possuem muito pouco apelo entre nós, aliás.

Seguindo a mesma tendência internacional de unificar os nomes de personagens clássicos – que levou o ursinho Puff a ser rebatizado como Pooh, por exemplo – o sapo Caco agora se chama Kermit! Ele, Miss Piggy e seus amigos estão de volta às telas após 12 anos fora da mídia – o último filme da trupe havia sido Muppets do Espaço, em 1999. A ideia de reuni-los, tanto em cena quanto nos bastidores, partiu de Jason Segel, ator também bastante popular nos EUA – devido ao sucesso do seriado How I Met your Mother, inédito por aqui – mas praticamente desconhecido no Brasil. Ele produziu e escreveu o roteiro do filme, além de ter escalado o diretor, James Bobin, conhecido pelo seriado Flight of the Conchords.

A trama em si pode ser resumida em uma linha: para impedir que o antigo teatro dos Muppets seja destruído por uma empresa de petróleo, os bonecos resolvem fazer um último show para arrecadar fundos e garantir a sobrevivência do antigo espaço. Nesse processo, a única novidade: Walter, um boneco que tem como maior sonho se tornar um dos Muppets. Ele, ao lado do irmão (Segel) e da namorada deste (Amy Adams), será o responsável por reunir a antiga turma e impedirem os planos diabólicos do vilão interpretado por Chris Cooper. Não há mais surpresas ou novidades além disso, e o filme inteiro tenta se sustentar nesse fiapo de roteiro, em números musicais pouco inspirados e em participações especiais curtíssimas, que vão de Jack Black à Whoopi Goldberg, passando pelo ótimo Jim Parsons, chegando ao ícone Mickey Rooney.

Esse novo Os Muppets teve um resultado bem mediano nas bilheterias americanas, mostrando que nem por lá o pessoal se empolgou muito. Mesmo assim, os mais de US$ 60 milhões arrecadados nas salas de cinema são apenas a ponta de um iceberg de um mercado capitaneado pelos estúdios Disney, que recentemente adquiriram o controle da marca e estão fazendo deles seu novo negócio preferido. Ou seja, esse não é um filme, e sim um grande comercial publicitário, que serve mais para vender bonecos, camisetas e muitas outras quinquilharias do que realmente entreter. Já para os saudosistas, rever personagens tão característicos sempre é um bom programa, mesmo que a sensação de agrado dure pouco. E por isso – e só por isso – o filme não ficou com duas estrelas na avaliação.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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