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Crítica


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Sinopse

De volta, Rui e Vani estão às voltas com as inevitáveis crises matrimoniais. Procurando apimentar a relação, eles decidem incluir uma terceira pessoa e fazer um ménage à trois. Começa a busca por esse terceiro elemento.

Crítica

Custou mais do que o imaginado, mas eles finalmente estão de volta! Seis anos após a última aparição do casal mais atrapalhado e divertido do Brasil, Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres estão juntos mais uma vez em Os Normais 2: A Noite Mais Maluca de Todas, um filme que, se não entusiasma, também não decepciona por completo. Ainda não é um produto cinematográfico por completo – aliás, está longe disso, se configurando mesmo como um episódio estendido do antigo seriado televisivo – mas serve muito bem para matar as saudades de todos os fãs de Rui e Vani, os noivos que vivem implicando um com o outro, mas que por trás disso escondem um amor bastante singular.

E foi apostando nesta carência de quem sentia falta dos dois personagens que os roteiristas Alexandre Machado e Fernanda Young (criadores da série) e o diretor José Alvarenga Jr. (de Os Normais e também do recente Divã) elaboraram uma trama simples e objetiva para reintroduzir estes tipos há tanto afastados da mídia (o seriado foi exibido entre 2001 e 2003, e o primeiro longa chegou às telas junto com o término do programa). Após 14 anos de noivado, Rui e Vani estão um tanto cansados um do outro – ou ao menos é o que pensam. Decididos a movimentar a vida – e a cama – deles, saem numa noite em busca da maior fantasia ainda não realizada: um ménage à trois! Agora, onde encontrar a parceira ideal para dividirem os lençóis? É justamente nesta procura que reside a maior graça da história.

Os Normais 2: A Noite Mais Maluca de Todas nada mais é do que uma sequência de esquetes cômicos, cada um com um convidado especial diferente. Começamos com Danielle Winits (a conselheira da boate), passamos por Drica Moraes (a prima), Daniel Dantas (o amigo pouco importante), Cláudia Raia (a bissexual), Daniela Suzuki (a judoca) e Mayana Neiva (a francesa), até chegarmos em Alinne Moraes (a prostituta). O desfile de estrelas é um ponto de interesse, mas chega a ser curioso como nenhuma delas consegue ofuscar os protagonistas (nem mesmo Raia ou Dantas, ambos excelentes, porém com participações bem reduzidas).

Com pouco mais de 70 minutos de duração, Os Normais 2 é engraçado, tem ótimas piadas (quando acordam e percebem que o apartamento deles foi assaltado é simplesmente hilário!) e atores em total domínio dos seus papéis. Não vai mudar a vida de ninguém, nem entrar para a história. Mas cumpre o prometido, e parece ter encontrado um público disposto a rir com eles, tendo superado tranquilamente a barreira dos dois milhões de espectadores, confirmando-se como uma das maiores bilheterias nacionais do ano. E daqui pra frente? A retomada da série, prevista para 2010, e um terceiro filme, completando a trilogia em 2011! E quem disse que não se fazem blockbusters no Brasil?

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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