Crítica
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Sinopse
Em Os Normais: O Filme, Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães) estão prestes a se casar. Ela com Sérgio (Evandro Mesquita), ele com Martha (Marisa Orth). Ambas as cerimônias estão marcadas para a mesma sacristia, sendo uma às 18h e outro às 20h. É lá que Vani e Rui se conhecem, quando ela lhe pede um pouco de arroz para comemorar o casamento que está para ocorrer.
Crítica
Era inevitável: nessa onda da Globo Filmes de reaproveitar qualquer sucesso da telinha no cinema, era certo que o seriado Os Normais, uma das melhores surpresas da televisão brasileira nos últimos anos, também teria a sua vez. Assim, seguindo os exemplos de O Auto da Compadecida (2000), Lisbela e o Prisioneiro (2003) e A Partilha (2001), sem mencionar os filmes da Xuxa e do Didi, Os Normais: O Filme chegou às telas de todo o país de modo impactante (foi a segunda melhor estréia de uma produção nacional até aquele momento, ficando atrás apenas de Carandiru, 2003), ultrapassando a marca de 1 milhão de espectadores em menos de uma semana de exibição!
E não é que eles estava certo? Os Normais tinha mesmo que parar no cinema, até porque essa é uma tendência mundial, e não somente um fenômeno brasileiro. Veja só os casos de As Panteras, Missão: Impossível e Arquivo X, apenas para citar alguns de maior sucesso: todos surgiram primeiro na televisão, para depois emplacarem na tela grande. A diferença, entretanto, é que lá foram tomados todos os cuidados para que essa transposição fosse feita de modo completo, o que aqui não aconteceu. Os Normais estão no cinema, é verdade, mas continuam sendo um produto televisivo.
Quando a série começou, os personagens principais, Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) já eram um casal. Assim, nada mais óbvio que houvesse a indagação: como os dois se conheceram? Como aquele romance começou? E é isso que Os Normais: O Filme procura responder. Uma escolha acertada da dupla de roteiristas, o (também) casal Alexandre Machado (TV Pirata) e Fernanda Young (na época apresentadora do programa de televisão Saia Justa, de onde vieram também Rita Lee, intérprete da canção-tema, e Marisa Orth, que atua no filme). Se o seriado já demonstrava visíveis sinais de cansaço no seu terceiro ano – tanto que decidiram encerrá-lo – uma volta às origens foi uma escolha acertada para reencontrarem um pouco do vigor e da graça presentes nos primeiros episódios. E o que temos é um bom final para uma história de tantos méritos, deixando-nos com uma boa imagem como memória.
A se lamentar, apenas, que o apresentado seja nada mais do que um especial de televisão, sem que o diretor José Alvarenga Jr. tenha ousado mais em suas possibilidades cinematográficas, não havendo comunicação nesse sentido. O filme não apresenta muitas soluções originais (pode-se citar apenas a perseguição automobilística, mais um exercício de estilo do que uma decisão apropriada), apoiando-se totalmente na boa química entre os protagonistas, no bom desempenho deles enquanto atores e nos diálogos naturais e realmente engraçados, que salvam a empreitada de um grande fiasco.Os Normais: O Filme provoca, sim, boas risadas. Mas não a ponto de serem inesquecíveis.
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