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Sinopse

Quando crianças, Debbie e Laine costumavam brincar com a tábua dos espíritos. Os anos passaram, a primeira suicida-se em circunstâncias estranhas e a segunda parte numa investigação pelos mistérios do tabuleiro bizarro.

Crítica

Seria difícil definir quantos brasileiros já fizeram a sinistra "brincadeira" do copo, versão popular da famigerada tábua "uí-ja" (é como se fala). Fácil é afirmar que uma quantidade bem maior de pessoas, ao menos, ouviu falar dela. No mundo todo isso não é diferente e foi justamente baseado nesta fama que surgiu Ouija: O Jogo dos Espíritos, produção americana de cinco milhões de doletas (baratinha para os padrões deles) que rendeu 10 vezes esse valor (dentro de casa), após o sexto fim de semana. E como o público daqui gosta do gênero...

A história conta sobre uma jovem que brincava de conversar com os espíritos através do tabuleiro desde a infância. Quando a melhor amiga e companheira desses papos sinistros, estranhamente, se suicida, ela decide investigar, usando o tal canal de comunicação com o além. Para isso, chama a irmã, o ex da falecida e outros dois amigos. Como era de se esperar, a conexão se mostra perigosa e um terrível episódio familiar, envolvendo um espírito maligno, vai trazer consequências nada agradáveis para o grupo.

No elenco de jovens, Douglas Smith (Percy Jackson e o Mar de Monstros, 2013) é, talvez, o mais experiente, mas outros dois poderão ser reconhecidos pela turma fanática por séries. A protagonista Olivia Cooke vem de Bates Motel (2013-2017) e, curiosamente, alguns podem considerá-la parecidona com a brasileira Isabelle Drummond. O outro tem um nome (sonoramente) curioso, Daren Kagasoff, e fez a menos conhecida (e finada) A Vida Secreta de uma Adolescente Americana (2008-2013).

Visto em muitos filmes, o tabuleiro foi "protagonista" em Espírito Assassino (1986), que nasceu nos áureos anos 1980 e gerou sequências em 1993 e 1995, uma época de locadoras fartamente abastecidas com produções do gênero para a alegria dos fãs. Patenteado no século 19, o jogo foi adquirido posteriormente pela gigante Harsbro, que investe pela primeira vez no terror e chamou um parceiro (Michael Bay) conhecido por transformar brinquedos em sucesso de bilheteria, e outro que fez do medo uma máquina de fazer grana: Jason Blum, da franquia Atividade Paranormal (2007), entre outras.

Estreia na direção de Stiles White (roteirista de Possessão, 2012), Ouija: O Jogo dos Espíritos pode ser uma experiência boa para quem vem mergulhando no gênero terror e, no máximo, regular para quem já é iniciado. Isso, é importante ressaltar, porque se faz valer de recursos conhecidos dos escolados na arte de "levar" sustos, o que não significa dizer que não funcionam no filme. Existe um clima de tensão, sequências legais e efeitos especiais também. Agora, se bateu vontade de conferir, siga a dica dos conhecedores do jogo: não "brinque" sozinho. Vá acompanhado. :0

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é publicitário, crítico de cinema e editor-executivo da revista Preview. Membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro, filiada a FIPRESCI - Federação Internacional da Crítica Internacional) e da ABRACCINE - Associação Brasileira dos Críticos de Cinema. Enviado especial do Papo de Cinema ao Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 2014.
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