Crítica
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Sinopse
O delegado Ivan e de sua equipe da Polícia Federal acompanham o esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a executivos da Petrobras, empreiteiras, partidos políticos e parlamentares. Os esforços ficaram conhecidos por meio da chamada Operação Lava-Jato.
Crítica
De cara, o título parece uma provocação: “a lei é para todos”. Isso no Brasil, um dos países com maior disparidade social do mundo, onde a justiça tem sempre dois pesos e duas medidas – àqueles que duvidam, qualquer rápida espiada nos jornais diários podem esclarecer essa interpretação. Mas apesar do nome gigantesco, esse filme, de fato, se refere ao subtítulo menos explorado no cartaz: “os bastidores da Operação Lava Jato”. Ou seja, Polícia Federal: A Lei é Para Todos talvez tente se vender como um thriller de ação, bem aos moldes norte-americanos, nos quais a investigação de obstinados profissionais da ordem é que irá fazer a diferença. Porém, na prática, o que encontramos é uma visão um tanto estreita de um episódio bastante específico que há alguns meses tem tomado conta do noticiário nacional. E o pior: por mais que contenha méritos evidentes, se deixa levar por uma posição partidária que em nada lhe favorece.
O início, já de cara, promete mais do que, obviamente, irá cumprir: “este filme irá falar sobre os fatos ocorridos entre 1500 e 2016”. Bom, a partir disso já é possível antever o quão seletivo o roteiro escrito por Thomas Stavros (Gonzaga: De Pai pra Filho, 2012) e Gustavo Lipsztein (Tensão em Alto Mar, 2002) precisou ser. Após algumas pinceladas históricas que dão a entender que a corrupção vem de nascença no Brasil, como um mal endêmico do nosso povo, centra-se nas ações de policiais que, de alguns anos para cá, deram início a maior caça às bruxas que já se ouviu falar no país, tendo início como uma questão de tráfico de drogas e terminando por atingir todos os níveis da política nacional. Porém, ao contrário do recente Bingo: O Rei das Manhãs (2017), por exemplo, também baseado em fatos reais dramatizados de forma absolutamente ficcional – e, por isso mesmo, com os nomes dos personagens alterados – em Polícia Federal: A Lei é Para Todos tal artifício não se verifica. Aqui, o juiz Sérgio Moro pode ganhar o rosto inexpressivo de Marcelo Serrado, enquanto que o Lula ganha vida sob as feições envelhecidas e um tanto cartunescas de Ary Fontoura, mas continuam atendendo pela mesma alcunha que o país inteiro os conhece.
Aí, portanto, começam os problemas. Como afirmar que estamos diante apenas de mero “entretenimento” – como o diretor Marcelo Antunez chegou a afirmar em entrevistas de divulgação – se foram dados, literalmente, os nomes aos bois que cruzam a tela? Do doleiro Alberto Youssef (Roberto Birindelli) ao empreiteiro Marcelo Odebrecht (Leonardo Medeiros), estão todos lá. Ou melhor, quase. Ao término da projeção, em uma tela preta, um texto explica: “há 35 partidos políticos no Brasil, e destes 28 estão sendo investigados pela Lava Jato”. Por que será, portanto, que apenas um destes vinte e oito partidos é citado insistentemente do início ao fim do filme? Sim, pois se as investigações policiais parecem levar às mais terríveis conclusões sobre os mandos e desmandos dos governos petistas, nenhuma suspeita é levantada nem em relação aos seus colegas de poder (o PMDB, quem mais?) ou mesmo à oposição (PSDB, PP, DEM e outros tantos). Com uma estrutura narrativa que desanda sempre no mesmo destino, fica difícil convencer o espectador de que aqui se está diante de uma fantasia inocente, e não de uma versão romanceada dos fatos – contados, é claro, de acordo com a vontade de quem bancou a conta.
E, aliás, quem pagou por este projeto – um dos mais caros da história do cinema nacional, ao custo declarado de R$ 16 milhões, sem o uso de leis de incentivo fiscal (ou seja, quem assumiu os custos espera, é claro, outro tipo de retorno, que não o das bilheterias)? Isso ninguém sabe, pois se tratam de ‘doadores anônimos’. Num momento em que a sociedade está tão polarizada, esconder este tipo de informação apenas oferece mais munição, tanto a quem busca o ataque como aqueles à espera do momento certo para se defenderem. No meio desse tiroteio, infelizmente, nos deparamos com atores competentes, como Antonio Calloni (o chefe das investigações) e Bruce Gomlevsky (talvez o mais humano dos policiais, aquele que busca uma maior identificação com o público – mãe doente, pai solidário – mas também dono de alguns dos piores diálogos do roteiro), e outros esforçados, como Flavia Alessandra (o viés feminino dentre os protagonistas) e João Baldasserini (que parece fazer tudo ao seu alcance para se imaginar em um enlatado hollywoodiano, e não como um peão de um jogo político muito mais audacioso).
Por fim, vale uma reflexão sobre os homens por trás das câmeras. O produtor Tomislav Blazic havia assinado antes apenas o constrangedor Vestido pra Casar (2014), enquanto que o diretor Marcelo Antunez tem no currículo títulos como Qualquer Gato Vira-Lata 2 (2015) e Até que a Sorte nos Separe 3 (2015). A busca pelo riso fácil até parece ser a especialidade dos dois, mas não deveria um episódio tão crítico, aberto às mais diversas interpretações e repleto de tantas nuances cair em mãos mais experientes e menos aventureiras? Pois é justamente o oposto que se observa em Polícia Federal: A Lei é Para Todos, um conjunto de boas possibilidades que é desperdiçado por uma postura manipuladora e unilateral da verdade a respeito de fatos que há muito vem sendo explorados nas manchetes da vida real. Se a intenção era transformar em ficção, que ao menos se buscasse um respeito maior àquilo que é público e notório. Do jeito que ficou, por outro lado, dá a entender que seus realizadores seguiram apostando na comédia – porém de forma equivocada e tendenciosa.
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Um filme onde o dinheiro é capaz de fazer com homens cometam crimes de injúria e outros crimes. Este como o mecanismo deveriam já estar no lixo da história e fazer parte das faculdades de direito para que isso não se repita nunca mais em nosso país.
Um filme que fala em corrupção mas começa mentindo de que iria falar de toda a corrupção e todos os envolvidos mas ataca, como a Lavajato, o inimigo político de Sérgio Moro, ou seja Lula. É uma filme que usa informações falsas, comprovadas pela Lavajato tanto que o seu diretor reconhece hoje o seu erro, assim como reconhece, também, o diretor de o “Mecanismo” mais um filme construído pela Lavajato para atacar apenas uma pessoa ou um único partido político: o PT. Felizmente, hoje, tudo veio à tona e o filme deverá ir para o lixo da história e estudado nas faculdades de direito de como se comete injustiças via filme, por dinheiro. Dinheiro este que até hoje não se sabe quem pagou! Quer mostrar a corrupção, com corrupção ??!!!
Sua análise mostra a verdadeira face de um filme produzido, não se sabe até hoje quem financiou, para impulsionar mais ainda a Lavajato e sua perseguição a um único partido político como ficou claro hoje pela #Vazajato. Erraram tanto que o diretor reconhece hoje que errou e faria diferente. Lembrar que o José Padilha, diretor de o mecanismo, também declarou que errou após saber a verdade. Hoje, os “heróis “ Dallagnol, cassado por corrupção e outros processos por vir e Moro com seu processo de cassação em andamento. Sem contar seus crimes de queda do PIB e prejuízos bilionários a Petrobras (pagar investidores americanos)
O filme só nos relembra o fatos que realmente aconteceram "recentemente" e que muitas pessoas infelizmente esqueceram.. ao rever essa história o que nós resta é ver que nada mudou de lá pra cá.. o sistema é bruto e o povo sem memória padece.