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Crítica


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Sinopse

O engenheiro Gabriel é amigo da prostituta Roseli, que certa noite lhe entrega documentos comprometedores e lhe diz estar com medo. Ele acha que são para chantagem e nada faz até que Roseli é morta, supostamente por um de seus clientes, o contador Manoel.

Crítica

Quem pensa que pornochanchada é só um gênero brasileiro de filmes com soft sex deveria assistir mais para entender que nem todos os títulos são gratuitos e sem mérito. Muito pelo contrário. Ainda que a qualidade técnica possa espantar os fãs do cinema hollywoodiano, especialmente este A Praia do Pecado sobressai por investir em uma trama policial e usar o sexo apenas como desculpa para conduzir a história.

O argumento de Carlos Reichenbach apresenta Gabriel (Oasis Minniti), advogado que ajuda um cliente preso injustamente pelo assassinato de uma garota de programa. O verdadeiro matador é um milionário e isso o protagonista só consegue descobrir ao tomar posse de provas. O problema é que o criminoso está metido num esquema muito maior que envolve tráfico de drogas, fazendo com que Gabriel, mesmo libertando seu cliente, fuja para uma praia deserta. Mas o dono da casa é justamente o vilão da trama, que usa a construtora local para lavagem de dinheiro e está de olho no advogado.

Bom, percebe-se que até o momento não há menção de sexo. Simplesmente porque o pouco que há é tímido, praticamente inexistente. Na praia de Caraguatatuba até tem um ligeiro escândalo envolvendo as taras sexuais do chefão do tráfico e sua filha, mas são apenas enchimento de trama que acabam mais desviando o foco da história principal do que realmente ajudando a desvendar a narrativa policial. No elenco, nomes como Sérgio Hingst, Zélia Martins, Andrea Camargo e, especialmente, Tony Tornado chamam a atenção, com destaque para este no papel do capanga.

Porém, nem tudo são flores no filme de Roberto Mauro. Se o começo da trama chega a ser intrigante, seu desenvolvimento vai se tornando repetitivo e sem grandes novidades, quase virando uma grande novela enxugada em pouco mais de uma hora e meia. Em determinado momento o advogado descobre tudo, depois leva um tiro no peito, depois já aparece namorando uma mulher que recém conheceu. E nisto as várias subtramas se misturam, causando um nó na cabeça do espectador. Na verdade, é só desligar e se divertir, porque não é preciso raciocinar muito para saber como tudo acaba. Pretensão passou longe aqui, ainda bem.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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