Crítica
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Sinopse
Jovem brincalhão que foge das responsabilidades, o príncipe Lu tem sua vida alterada drasticamente pela morte do seu pai. Enquanto tenta se adaptar à necessidade de cumprir deveres como monarca, ele lida com a ameaçadora Lenda do Dragão.
Crítica
É até curioso. Em meio a diversos filmes estrelados por Luccas Neto, Príncipe Lu e a Lenda do Dragão é apenas a segunda aposta exclusiva para o circuito de cinemas com o youtuber que faz sucesso entre o público infantil. De enredo medieval, o longa mistura diversos elementos regulares que um projeto da categoria precisa, como reis, espadas e princesas. Há, inclusive, a promessa de um dragão. Bem ornamentada, sem dúvida, a empreitada possui ferramentas suficientes para alcançar objetivos ambiciosos, mas parece apenas carimbar espaço já estabelecido.
Aqui, Luccas é Lu, monarca acriançado e desinteressado por qualquer responsabilidade. Sua postura preocupa seus pais, o Rei e a Rainha (Maurício Mattar e Flávia Monteiro, respectivamente), que precisam prepará-lo para não somente herdar o trono, como também enfrentar uma antiga profecia que ameaça o reino. Segundo a lenda, um dragão irá atacar o povoado assim que Lu completar 18 anos. E, como de praxe em tramas que recorrem a heróis descompromissados, será a morte de um ente querido que despertará, ainda que insuficiente, algum nível de sensatez no protagonista. Culpado, ele irá se esforçar para recuperar o tempo perdido e se organizar para defender aqueles que ama.
No entanto, mesmo com sustentação dramática permissível, há uma tríade específica que transtorna a obra. A ponta de cima desse triângulo, sem dúvida, é Luccas. Embora seu sucesso entre os menores seja inegável nas redes sociais, sua performance é repetitiva e quase nenhuma nuance é percebida entre as emoções por ele emitidas. Os mais acolhedores poderão argumentar: “mas este é o público dele” ou “as crianças gostam assim”. Válido, mas, convenhamos, é necessária tanta puerilidade? Na ala esquerda da figura geométrica estão os coadjuvantes, que talvez pudessem exercer algum contrapeso na atuação principal. Isso também não acontece, pois são dadas poucas ferramentas aos envolvidos, como Anajú Dorigon, que encarna princesa que apenas implora por atenção do início ao fim, ou Zezé Motta, que teria capacidade suficiente para encabeçar uma conversão de narrativa com sua Feiticeira Real, algo que não ocorre.
Estes são apenas alguns exemplos, mas nenhum é capaz de se aproximar da aflitiva participação de Renato Aragão. Aqui, o eterno líder dos Trapalhões, e sucesso de bilheteria do cinema nacional, é o Mestre dos Mestres, aquele que instruiria Lu na arte do enfrentamento. Por óbvio, Renato, no auge de seus 89 anos, não haveria de ser aquele saltitante astro mambembe de outros tempos, mas a idade não o impede de cumprir bons diálogos, ainda que moderados. Porém, mesmos estes parecem ter sido negados a ele pelos roteiristas. Destaque para a cena em que seu personagem golpeia Lu em truque de montagem vexatório.
Finalmente, o antagonista meticulosamente elaborado poderia manifestar-se como um brilho da parte direita do desolador triângulo. Contudo, o esperado inimigo não corresponde exatamente às expectativas. Além disso, uma fração importante dele sequer se apresenta. Sendo assim, é pertinente afirmar que Príncipe Lu e a Lenda do Dragão meramente se dirige a um público já convertido, carecendo de ambições mais substanciais que desvendariam melhor sua incursão pelos cinemas.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Victor Hugo Furtado | 3 |
Robledo Milani | 3 |
Alysson Oliveira | 2 |
Rodrigo de Oliveira | 3 |
Lucas Salgado | 3 |
MÉDIA | 2.8 |
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