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Sinopse

Sarah é uma professora em busca de um amor. Suas irmãs criam um perfil para ela num site de encontros, no qual consta a descrição: "Voluptuosa, sensual, atraente e divertida. Você tem que gostar de cachorros".

Crítica

Comédia romântica é um dos gêneros mais maltratados pelo cinema atual. As produções deste estilo são invariavelmente iguais, mudando um que outro detalhe. Como o título desta aqui, com este “que goste de cachorros” acrescido à nominação genérica. Ou seja, agora não importa mais o “amor eterno”, ele ainda tem que gostar de cachorros, caso contrário não será perfeito. Ah, vá arrumar o que fazer e não me incomode! Procura-se um Amor que Goste de Cachorros não tem nada de especial, nem de amor, nem dos fiéis amigos caninos, não contentando nem quem está à procura de um ou de outro. É apenas mais do mesmo, aquela historinha previsível e boboca que tantas vezes já vimos, sem tirar nem por. Infelizmente.

Diane Lane, indicada ao Oscar por Infidelidade (2002), desde então só tem feito o papel da desquitada em busca de uma nova chance no amor. Assim foi em Sob o Sol da Toscana (2003), e o mesmo acontece dessa vez. Se no filme anterior ela contava com a ajuda de duas amigas neste processo, agora este auxílio se multiplica e vira caso de intervenção familiar: pai, irmãs, cunhados. Todos querem vê-la novamente “feliz e contente”, ao lado de um novo amor. Como se somente casada ou namorando alguém fosse possível encontrar a felicidade. Ou melhor, como se somente a companhia de um homem pudesse completar sua vida!

E será por pensar deste modo que sua irmã mais velha colocará um anúncio na internet à procura de um namorado para ela, com a exigência “que goste de cachorros” (“não precisa ser necessariamente verdade, basta ser interessante”, tudo, aliás, que o filme não é). Quem acaba respondendo – dentre dezenas de estereótipos ambulantes – é um construtor de barcos idealista. Claro que neste meio tempo a protagonista irá se engraçar com o pai separado de um aluno (ela é professora infantil), para, assim, termos um “triângulo amoroso” (como se este recurso fosse capaz de gerar mais emoção). Apenas distração enquanto os dois do cartaz não resolvem de vez as diferenças e decidem unir os pares de meias.

Se há algo que valha à pena em Procura-se um Amor que Goste de Cachorros é o elenco de coadjuvantes, principalmente Christopher Plummer e Stockard Channing (Grease: Nos Tempos da Brilhantina, 1978), os dois valendo cada cena, mesmo estas sendo poucas. Do trio principal Lane consegue um pouco de brilho, basicamente por estar ao lado de dois atores completamente irrelevantes. John Cusack nunca conseguirá fazer um personagem diferente em toda a sua carreira – ele é sempre ele, e ponto. Já Dermot Mulroney (O Casamento do Meu Melhor Amigo, 1997) até tem seu charme, mas isso é tudo.

Com um roteiro fraco, previsível e composto basicamente por situações esquemáticas e bastante óbvias, Procura-se um Amor que Goste de Cachorros tem na direção de Gary David Goldberg (Meu Pai: Uma Lição de Vida, 1989) mais um ponto fraco. Inseguro entre a comédia escrachada e o romance açucarado, o filme termina por se tornar algo frustrante para todos os públicos. Melhor mesmo é passar longe – ou recomendado somente aos fãs mais ardorosos do gênero.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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