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Crítica


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3 votos 9.4

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Sinopse

Inesperadamente, um policial recentemente morto se junta a uma equipe de oficiais mortos-vivos que trabalham para um departamento especial.

Crítica

Há tempos que as adaptações de histórias em quadrinhos se transformaram em um gênero à parte no cinema. Nos últimos três anos, praticamente a cada dois ou três meses , ao menos um filme é lançado nas salas. Porém, mesmo com bem sucedidas e elogiadas produções, que vão desde os gigantes Os Vingadores (2012) e a trilogia do Cavaleiro das Trevas (2005 a 2012) até produções menores e intimistas como Persepolis (2007), quantidade não significa necessariamente qualidade. Entre ótimos longas e outros que são uma decepção geral, como Lanterna Verde (2011), encontra-se exemplares como R.I.P.D. – Agentes do Além (por sinal, estrelado por Ryan Reynolds, também protagonista do citado filme do Gladiador Esmeralda), que pode não ser nada memorável, mas está longe de ser ruim.

A trama acompanha a última missão do policial Nick (Reynolds), traído e morto em uma abordagem pelo parceiro Hayes (Kevin Bacon). Seu espírito, assim digamos, é convocado para o Departamento Agentes do Além, uma espécie de FBI dos céus que caça almas malignas vagando pela terra em forma humana. Sem muita escolha, Nick terá que trabalhar com Roy (Jeff Bridges), um xerife do Velho Oeste dos anos 1800, e juntos vão investigar porque os demônios estão coletando pedaços de ouro, algo que significa parte de um plano bem maior.

O principal atrativo do filme dirigido por Robert Schwentke, conhecido por seu trabalho em Plano de Voo (2005), Te Amarei para Sempre  (2009) e o primeiro Red: Aposentados e Perigosos (2010), é não se levar a sério em nenhum momento. Sabendo que a produção em mãos é puro entretenimento, o cineasta preenche o roteiro pouco criativo (mas nem por isso menos interessante) com ótimas cenas de ação, efeitos especiais de alto nível e aposta no timing cômica da dupla principal, que, realmente, entende do riscado. R.I.P.D. pode ser descrito, na maior parte do tempo, como o irmão sobrenatural de M.I.B. – Homens de Preto (1997).

Um dos principais atrativos da produção são as “novas identidades” de Nick e Roy. Enquanto o primeiro é visto pelos olhares dos vivos como um chinês idoso, o caubói aparenta ser uma loira carnuda  que arranca suspiros por onde passa. O que, é claro, gera algumas das melhores piadas do filme, como quando Roy é cantado por um empresário no aeroporto. Quem também se destaca no elenco é Mary-Louise Parker como Proctor, a sarcástica, mas bem intencionada, secretária do departamento. Talvez o único ponto fraco seja o vilão vivido (pela enésima vez) por um acomodado Kevin Bacon, que beira à charlatanice na maior parte do tempo.

R.I.P.D. pode não ser nenhuma maravilha, porém está longe dos 13% de aprovação dos críticos, como apontado pelo Rotten Tomatoes, a “bíblia” mundial da categoria. Nem isso explica tanto seu fraquíssimo retorno nas bilheterias norte-americanas. O filme custou 130 milhões e não arrecadou nem um terço disto. Uma pena, pois é pura diversão, mesmo que seja esquecido após a saída da sala escura. Merecia um pouco mais.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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CríticoNota
Matheus Bonez
6
Marcio Sallem
2
MÉDIA
4

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