Crítica
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Sinopse
Em Burma, uma grupo de ajuda cristão foi capturado, levando Rambo de volta ao campo. Agora, no entanto, ele faz parte de um time de mercenários e terá que enfrentar uma unidade de infantaria rebelde, enquanto tenta extrair os reféns.
Crítica
Lançado em 2008, ainda na esteira de outro retorno de seu astro, ocorrido em Rocky Balboa (2006), Rambo IV é o primeiro filme da franquia dirigido por Sylvester Stallone, responsável por romper um hiato de vinte anos sem registros visuais do ex-combatente norte-americano. John Rambo vive tranquilamente nas paisagens naturais da Tailândia, às margens do rio Salween. Seus dias são repletos de silêncio, frutos de uma vida simples, distante demais do que era visto e lido nas suas histórias anteriores. Seu sossego é interrompido por um grupo de missionários que precisam ser levados de barco a uma zona de guerra chamada Burma. Após muita insistência, o veterano aceita o pequeno trabalho e sua existência sofre mais uma intervenção agressiva do destino.
O universo que Rambo habita é bem semelhante ao real, ainda que a guerra tenha uma representação muito mais brutal e idealizada nesse escopo. O glamour visto em todos os semelhantes temáticos da franquia (como nos filmes protagonizados por Braddock e em Comando Para Matar, 1985) não ocorre nessa cinessérie, especialmente no primeiro filme e neste, que tem um caráter mais visceral e violento, com pouco espaço para a comercialização da terrível faceta cruel e beligerante presente no estado bruto do homem.
Apesar de ter uma carreira com personagens de poucas nuances, normalmente achincalhados pela crítica de cinema especializada, Sly parece ter uma afinidade maior com os ideais de Rocky e de Rambo. Todo o arquétipo mostrado no início é apenas um engodo, uma falsa imagem que serve para afastar os outros, para não ser cobrado por mais serviços semelhantes aos do passado, e, principalmente, para enganar a si mesmo. Já no primeiro momento de pressão, John cede e começa a executar pessoas com a facilidade de quem viveu sua existência para tal. Por mais que tente se esconder de sua natureza, o vício em tirar vidas novamente o encontra, indo na contramão da perda de seus aliados do passado e até do renegar de sua identidade.
Mesmo sem a convocação de Trautman (que já devia estar morto a essa altura), há um novo chamado à aventura, para resgatar os mesmos que o contrataram antes. Uma vez chegando ao ponto que procurava, começa um massacre étnico sem precedentes, piorado demais nos vinte minutos finais, em que ocorrem algumas sequências de tiroteios quase sem fôlego ou mesmo diálogos. O sangue e as vísceras das vítimas se espalham pela areia e pela pouca mata que resta, redecorando o campo de batalha com os restos do massacre ocorrido em terras asiáticas.
Driblando qualquer chauvinismo torpe, Rambo IV mostra com a maestria de quem já se submeteu a muito exploitation como funciona a opressora máquina de moer homens e de resultar em soldados, uma fábrica de guerreiros que mal discutem os rumos de suas curtas vidas, apresentando uma exceção a esta existência mais breve, tendo de lidar com seus próprios demônios. A música de Bryan Tyler serve muito ao filme e à despedida do personagem, ele que vai em direção à fazenda de seus progenitores, tentando resgatar uma faceta mais branda e humana, distante de si desde a época em que foi enviado às fileiras do exército, buscando, portanto, reaver o que sobrou de sua própria alma.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Filipe Pereira | 7 |
Thomas Boeira | 4 |
Roberto Cunha | 6 |
Bianca Zasso | 3 |
Francisco Carbone | 5 |
Chico Fireman | 6 |
Edu Fernandes | 5 |
MÉDIA | 5.1 |
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