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Sinopse

Frank Moses é um ex-agente da CIA, atualmente aposentado, que tenta levar uma vida normal. Ele está interessado em Sarah, com quem volta e meia conversa ao telefone. Um dia, a casa de Frank é atacada por agentes da CIA. Sem saber o que está acontecendo, ele deduz que logo perceberão sua ligação com Sarah e parte para protegê-la. Para entender o porquê de ter sido atacado, Frank precisará da ajuda de seus antigos companheiros Joe, Marvin e Victoria, todos também aposentados.

Crítica

Como o tempo passa. Ver Bruce Willis como um agente aposentado da CIA revela ao espectador que a idade não está pesando apenas para o ator. O eterno John McClane é responsável por 1/5 da diversão de RED: Aposentados e Perigosos, longa-metragem baseado nos quadrinhos de Warren Ellis e Cully Hammer. Os 4/5 restantes ficam por conta de Morgan Freeman, Helen Mirren, John Malkovich e Mary-Louise Parker, o elenco estelar muito bem dirigido pelo cineasta Robert Schwantke (Te Amarei para Sempre, 2009).

Na trama, adaptada para o cinema pela dupla Jon e Erich Hoeber (responsável por outra transposição dos quadrinhos para a tela grande: Terror na Antártida, 2009), o agente da CIA aposentado Frank Moses (Willis) tem sua cabeça colocada a prêmio pela própria agência em que trabalhara. Sabendo dos perigos que corre, Frank resolve agrupar sua antiga turma de ação, que contava com o sábio Joe Matheson (Freeman), a especialista em armas Victoria (Mirren) e o lunático Marvin Boggs (Malkovich). Eles serão caçados pelo agente em ascensão William Cooper (Karl Urban), que tem ordens explícitas para acabar com o bando. No meio disso tudo, Frank ainda tem tempo de se dedicar a um romance até então platônico com a bela Sarah Ross (Parker).

RED: Aposentados e Perigosos é o típico filme no qual é possível perceber que o elenco se diverte horrores ao trabalhar junto. Felizmente, a diversão não fica restrita apenas aos atores, com o espectador conseguindo aproveitar a experiência também. O principal chamariz de uma produção como essa é o peso paquidérmico dos nomes reunidos. Além dos supracitados, ainda temos participações pequenas, mas interessantes de Brian Cox, Richard Dreyfuss e do veterano Ernest Bornigne, em um de seus últimos papeis para o cinema. Com um cast como esse, não existe muito lugar para errar. As atuações são ótimas e cada um entende que o clima do filme está intimamente ligado com o fato de ninguém se levar a sério.

E tem como? Helen Mirren empunhando com precisão uma arma do seu tamanho? John Malkovich insano como apenas o ator consegue ser? Brian Cox pagando uma de sedutor russo? No elenco, o nome que menos tem momentos cômicos é Bruce Willis, que serve de escada para a ótima Mary Louise Parker fazer o que sabe. A atriz está formidável como uma leitora de romances detetivescos que sonha em participar de uma grande aventura e, ao conhecer pessoalmente Frank Moses, consegue exatamente o que desejava.

Os exageros do roteiro (como alguém conseguir invadir uma sala da CIA chutando uma parede) são apenas perdoáveis por causa desse clima comentado, de não se levar nada a sério. Como problema nisso, surge uma áurea intocável nos protagonistas, como se nada pudesse atingi-los a ponto de fazer com o público consiga se envolver com sua trajetória. O grande acerto dos irmãos Hoeber é provar ao espectador que ninguém naquele elenco é, de fato, inatingível. Falar mais estragaria a surpresa de quem ainda não assistiu a RED, mas o desenrolar de algumas cenas trouxeram alguns acontecimentos dos quais eu não previa – o que é sempre bom, diga-se.

Karl Urban faz de seu “vilão” uma figura interessante, um agente da CIA que executa ordens, mas tem alguma consciência de que algo está errado. O ator que já havia surpreendido positivamente em filmes como Dredd, 2012; Star Trek, 2009; e na trilogia O Senhor dos Anéis continua acertando em suas escolhas.

Com a violência estilizada tão cara a Hollywood, RED: Aposentados e Perigosos é um daqueles filmes nos quais centenas de figurantes são executados sem pudor, vilões encontram seu destino cruel e o espectador segue alegremente comendo sua pipoca e bebendo seu refrigerante. Passatempo divertido, o longa-metragem de Robert Schwantke entrega exatamente o que promete.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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