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Crítica


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Sinopse

Quatro homens violentos sequestram um casal. No período de cativeiro, a tensão é aumentada pela revelação acerca de traições e enganos.

Crítica

Reféns é, nada mais, nada menos, do que o maior fracasso de bilheteria de toda a carreira dos protagonistas Nicolas Cage e Nicole Kidman. Precisa dizer mais alguma coisa? Com um orçamento estimado no valor de US$ 35 milhões, esse filme estreou em apenas 10 salas em todos os Estados Unidos, saindo de cartaz uma semana depois tendo arrecadado pouco mais de US$ 24 mil nas bilheterias – cerca de 1.500 vezes menos do que custou! E talvez esse seja realmente o único motivo para se conferir essa produção: tentar entender o que pode ter dado tão errado!

Afinal, na direção não está nenhum amador: Joel Schumacher fez seu último filme de destaque em 2007 (Número 23, com Jim Carrey), mas já entregou sucessos como Tempo de Matar (1996) e O Fantasma da Ópera (2004). E ele havia trabalhado com esses dois astros antes: com Kidman em Batman Eternamente (1995) e com Cage em 8 MM (1999). Ou seja, ninguém é novato no assunto. E a trama também é das mais convencionais, tendo funcionado em inúmeros outros projetos similares, de Encurralada (2002), com Charlize Theron e Kevin Bacon, até o clássico Horas de Desespero (1955), com Humphrey Bogart. E se vimos tantas vezes antes, é porque funcionava, de uma forma ou de outra. O que, obviamente, não acontece aqui.

Cage é um negociante de pedras preciosas casado com Kidman, arquiteta responsável pela nova mansão onde estão morando. Os dois são pais de uma adolescente. Tudo ia bem até o dia em que quatro ladrões invadem a casa e avisam que só irão embora após abrirem o cofre principal – cuja senha o marido se recusa a revelar. Logo se descobre que o grupo há dias vinha seguindo a família e sabe muito bem o que deve procurar: uma bolsa cheia de diamantes, que devem servir para pagar uma dívida do líder do grupo, e ainda ajustar a vida dos demais envolvidos. Entre estes está o irmão menor do chefe (Cam Gigandet, visto em obras tão diferentes quanto Burlesque, 2010, e Crepúsculo, 2008), um desequilibrado que possui outros motivos escusos no assalto: levar a esposa da  vítima consigo, pois acredita estar apaixonado por ela.

Mesmo com todos os elementos mais arquetípicos do gênero a sua disposição numa produção visivelmente comercial, Schumacher não consegue transformar esse limão em limonada. Nicolas Cage continua sendo um dos maiores canastrões da Hollywood atual, e nada do que é visto aqui nos leva a crer que possamos mudar essa percepção. Nicole Kidman, vinda de uma recente indicação ao Oscar – por Reencontrando a Felicidade (2010) – escorrega feio novamente, perdida em cena do início ao fim. E, inacreditavelmente, ela ainda consegue ser o melhor em cena. Já o roteiro de Karl Gajdusek, que antes havia feito a série Dead Like Me (2004), deixa de lado todo o humor negro explorado na televisão para se afundar em algo clichê e sem a menor inspiração. Um desperdício que não se justifica em momento algum.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Robledo Milani
2
Chico Fireman
6
MÉDIA
4

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