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Sinopse

Desde que foi capturada pela Corporação Umbrella, Alice passou por várias experiências biogênicas. Ela teve seus genes modificados, o que fez com que adquirisse poderes, sentidos e agilidade sobre-humanos. Agora ela precisa retornar à cidade de Racoon, onde recebe o apoio de Jill Valentine e Carlos Olivera para eliminar um vírus mortal que ameaça fazer com que todo ser humano retorne como morto-vivo.

Crítica

Não há muito o que dizer sobre Resident Evil 2: Apocalipse, além de que é um mero produto de entretenimento rápido e de fácil esquecimento. Continuação de Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002), este novo filme mais uma vez se baseia no videogame homônimo de grande sucesso, e somente pelo retorno de público garantiu uma terceira seqüência, uma vez que em menos de um mês de exibição nos Estados Unidos a arrecadação foi superior aos US$ 50 milhões do orçamento total. Não que isso o torne melhor, mas ao menos justifica sua existência junto aos bolsos dos investidores.

Alice (Milla Jovovich) é a única sobrevivente do acidente nos laboratórios Umbrella visto no primeiro filme. Agora o caso ganhou dimensões ainda maiores: a cidade inteira de Racoon City está contaminada, e ela precisa salvar uma garota, filha do cientista que projetou o anti-vírus, para conseguir escapar dali viva e fugir dos zumbis infectados que assombram o local.

Resident Evil 2: Apocalipse não passa de uma variação – piorada – de produções recentes como Extermínio (2002) e Madrugada dos Mortos (2004). Só que, ao invés de investir no medo e no terror, aposta em efeitos especiais e esquizofrenias visuais que só tendem, devido o exagero, a cansar o espectador. Alguns momentos de humor involuntário acabam tornando a missão de se assistir o filme menos dolorosa, mas nada que o salve por inteiro.

O melhor ainda é a protagonista Jovovich, que vem construindo uma carreira interessante. Mesmo sem se tornar uma estrela de primeira grandeza em Hollywood, tem conquistado um espaço próprio, com participações em projetos sérios como Joana D’Arc (1999) e Chaplin (1992), aparições curiosas em obras como Zoolander (2001) e O Hotel de Um Milhão de Dólares (2000), além de seguir investindo na ficção científica, como em O Quinto Elemento (1997) e na saga Resident Evil. Ela, que já foi modelo de sucesso e chamou a atenção no mundo cinematográfico pela primeira vez em De volta à Lagoa Azul (1991), continuação improvável do clássico da Sessão da Tarde, mostra nestas escolhas que a beleza nunca é determinante nos projetos em que atua, numa composição ousada e inteligente.

De resto, Resident Evil 2: Apocalipse é indicado somente aos fãs mais radicais do gênero. Se Alice é melhor que qualquer Lara Croft que possa aparecer, o mesmo não se pode dizer do filme – igualmente irrelevante. A produção toda tem uma aura B, o que até pode ser um ponto positivo, ao não se levar tão à sério, mas também tira todo o respeito que talvez ousasse almejar. Bobagem dispensável, e nada mais.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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