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Sinopse

Sobreviventes da catástrofe que aniquilou Raccoon City viajam pelo deserto de Nevada em direção ao Alasca. No meio do caminho, Alice se une à caravana com o objetivo de lutar contra a diabólica Umbrella Corp.

Crítica

Quando jogos são transportados para o cinema, geralmente os resultados não são muito satisfatórios. A franquia Resident Evil, por exemplo, apesar de ter alcançado um certo sucesso financeiro que permite que ela siga produzindo seus vários filmes, ainda assim é uma série composta majoritariamente por obras fracas, e seus melhores capítulos não passam do mediano. Um dos exemplares desonrosos é este Resident Evil 3: A Extinção.

Escrito por Paul W.S. Anderson (o grande responsável pela saga, tendo escrito todos os roteiros e dirigido a maioria), Resident Evil 3 mostra em sua história um grupo de sobreviventes liderados por Claire Redfield (Ali Larter) e Carlos Olivera (Oded Fehr, um dos remanescente de Resident Evil 2: Apocalipse, 2004). Eles estão cruzando o país em busca de um lugar que não esteja dominado por hordas de zumbis. Enquanto isso, o cientista Sam Isaacs (Iain Glen) diz ser capaz de usar o sangue de Alice (Milla Jovovich) para criar uma cura, possibilitando que os zumbis voltem a ser pessoas normais. Ao mesmo tempo, a protagonista continua com seu objetivo de derrubar a Umbrella Corporation, mas sem sucesso. Ao encontrar os sobreviventes no deserto de Nevada, Alice avisa que o Alaska talvez esteja seguro, fazendo-os se dirigirem para lá.

Como todo filme da série, Resident Evil 3 tem início com uma sequência na qual Alice (em sua narração em off que é abandonada logo depois) explica como a epidemia do T-vírus aconteceu. No entanto, isso já é uma forma de subestimar a inteligência do público, já que ao incluir isso em todo santo filme da franquia os envolvidos acham que esquecemos o que ocorreu nos capítulos anteriores (um pouco de confiança em quem está acompanhando a história não faz mal a ninguém). Aliás, desprezar a capacidade de entendimento do público é algo que este filme faz bastante, chegando ao ponto de incluir o mesmo furo de roteiro da primeiro aventura. Isso acontece quando um personagem é mordido por um zumbi, mas só se transforma muito tempo depois, no exato momento em que isso se mostra necessário de alguma forma para a história (considerando que foi Paul W.S. Anderson quem escreveu os dois enredos, não é surpresa que isso ocorra novamente). Como se não bastasse, as frases de efeito que o roteirista entrega para Alice são constrangedoras, causando até o riso involuntário.

O diretor Russell Mulcahy (mais conhecido como o responsável por Highlander: O Guerreiro Imortal, 1986) faz o que pode com o fiapo de história que tem mãos, já que esta não é interessante e serve como desculpa para vermos cenas de ação envolvendo ataques de zumbis. Mas, tirando alguns raros momentos de tensão (como aquele com corvos zumbis, que faz referência óbvia a Os Pássaros, 1963, de Hitchcock), esse quesito do filme é desenvolvido de maneira aborrecida, sendo que o realizador ainda dá alguns toques de slow motion que não ajudam a tornar as sequências melhores. A luta final, envolvendo Alice e uma versão monstruosa de um personagem, por exemplo, é quase um anticlímax nesse sentido.

Não conseguindo fazer com que nos importemos com seus personagens (várias figuras importantes morrem ao longo da história sem fazer muita falta), Resident Evil 3: A Extinção fica praticamente no mesmo nível de seu fraco antecessor. E os filmes seguintes infelizmente não melhoraram muita coisa.

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é crítico de cinema, formado em Produção Audiovisual na ULBRA, membro da SBBC (Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos) e editor do blog Brazilian Movie Guy (www.brazilianmovieguy.blogspot.com.br). Cinema, livros, quadrinhos e séries tomam boa parte da sua rotina.
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