Sinopse
Numa ilha próxima à costa africana, mas pertencente à Itália, a vida segue seu curso normal numa vila de pescadores. Mas, ali há um elemento estranho. Grazia é mãe de três filhos, mas às vezes toma atitudes consideradas estranhas para a maioria de seus vizinhos.
Crítica
A atriz Valeria Golino despontou para o estrelato mundial no final dos anos 1980, ao aparecer como a namorada de Tom Cruise no oscarizado Rain Man (1988). O que poucos sabiam na época é que esta italiana de Nápoles já havia feito mais de uma dezena de filmes em sua terra natal antes de estrear em Hollywood. E foi justamente lá, na Itália, quase quinze anos depois, para onde ela precisou voltar para conseguir o papel mais premiado de sua carreira, o da protagonista de Respiro, pelo qual foi escolhida melhor atriz segundo o Sindicato Nacional dos Críticos de Cinema da Itália e no Festival de Mons, na Bélgica, além de ter recebido uma indicação nesta categoria ao David di Donatello, o Oscar italiano. Um reconhecimento merecido, que faz jus ao impressionante trabalho de composição que a intérprete executa nessa trama de amor e desapego.
Valeria Golino é uma atriz de alcance internacional, principalmente após marcar presença em filmes tão diversos quanto a comédia Top Gang!: Ases Muito Loucos (1991), o drama Minha Amada Imortal (1994), o tarantinesco Grande Hotel (1995) ou o histórico Frida (2002). Ela, no entanto, nunca antes esteve com uma presença tão intensa e envolvente como a vista neste elogiado desempenho. Ela consegue se despir de qualquer maneirismo interpretativo para simplesmente dar vida a uma personagem que é mais do que uma explosão da natureza, é um ser em constante conflito consigo mesmo, lutando por uma liberdade de amarras tão necessária quanto o próprio ato de respirar. E essa batalha é presenciada não só por sua família como também por uma audiência atenta e interessada, cativada por uma história executava de forma sensível e envolvente.
Respiro tem como protagonista Grazia (Golino), mãe de três filhos e esposa de um pescador numa pequena vila no litoral do sul da Itália. Rebelde e apaixonada, os hábitos dela começam provocar conflitos com os tradicionais costumes da comunidade local, a ponto do marido chegar a considerar a possibilidade de mandá-la à cidade grande e interná-la numa instituição médica. Ao ser confrontada com essa intenção, decide fugir, e o único que irá em sua ajuda será o filho mais velho. Com uma trama tão simples como essa somos colocados diante de várias questões, que tratam de temas como liberdade, consideração, amor, individualidade e respeito.
Com uma mensagem bela e triste, que provoca reflexão e cuidado, Respiro se apresenta como um trabalho que estimula a análise e o debate, não somente pelo conteúdo exposto, mas ainda mais pelo que deixa escondido nas entrelinhas. O final, de uma beleza poética, só serve para confirmar todo o deleite proporcionado até aquele momento. Dirigido por Emanuele Crialese, recebeu vários prêmios em festivais internacionais, como o de Castellinaria, na Suíça, o de Bratislava, na República Eslováquia, e em Cannes, onde recebeu o prêmio da Crítica. Resultados que indicam a universalidade de sua história que, apesar de contada num modo tipicamente italiano, funciona com extrema competência sob qualquer idioma.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Ailton Monteiro | 8 |
Chico Fireman | 7 |
Alysson Oliveira | 8 |
MÉDIA | 7.8 |
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