Rogue One: Uma História Star Wars
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Gareth Edwards
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Rogue One: A Star Wars Story
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2016
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Jyn Erso é uma garota irreverente e habilidosa chamada para participar de uma equipe incumbida de roubar os planos da Estrela da Morte, a estação espacial do Império Galático com potencial para destruir planetas. A ideia é descobrir como a arma funciona, para que então a Aliança Rebelde possa lançar um ataque e destruí-la.
Crítica
O primeiro indício de que Rogue One: Uma História Star Wars está devidamente alinhado com o universo criado por George Lucas nos anos 70 é a tragédia familiar que o inaugura e a consequente orfandade de uma personagem capital ao desenrolar da trama, fato recorrente na franquia – vide as trajetórias, de certa maneira análogas, de Anakin e Luke Skywalker e, mais recentemente, de Rey. Jyn Erso (Felicity Jones) é largada à própria sorte ainda criança, crescendo sob a proteção de um opositor extremista do Império Galáctico, sem contato com os pais. Depois desse conjunto de eventos dramaticamente eficiente, que desenha com competência o infortúnio da protagonista, o diretor Gareth Edwards começa a estabelecer a ligação dela com a Aliança Rebelde, mais que isso, sua futura imprescindibilidade ao roubo dos planos de construção da primeira Estrela da Morte, ocasião importante dentro de Star Wars, situada entre os episódios III e IV, ou seja, antes da chamada trilogia clássica.
Como, talvez, então, não poderia deixar de ser, Edwards recorre a diversas convenções praticamente canônicas, pois solidificadas nos exemplares anteriores da cinessérie. Uma delas é presença do coadjuvante escudeiro, vital à missão da protagonista. Cassian Andor (Diego Luna) cumpre esse papel, permitindo a Jyn o contato verdadeiro com os ideais da resistência e dando contribuição significativa às iniciativas corajosas. Outra é a participação do droide que serve geralmente de alívio cômico. Aqui quem preenche muito bem a lacuna é K-2SO (voz de Alan Tudyk). Diferentemente dos famosos R2D2 e C3PO, esse robô anteriormente inimigo, agora totalmente reprogramado e convertido, chama a atenção e cativa pelo mau humor e a sinceridade quase irrestritos. As cenas dele reclamando, fazendo cálculos pessimistas e demonstrando praticidade acima de tudo estão entre as melhores coisas de Rogue One, longa-metragem que se ressente da falta de uma instância emocional mais determinante.
Vários personagens interessantes aparecem, como Galen Erso (Mads Mikkelsen), Saw Guerrera (Forest Whitaker), Bohdi Rook (Riz Ahmed), Baze Malbus (Wen Jiang) e, o mais intrigante, o guerreiro cego Chirrut Îmwe (Donnie Yen). Mesmo que cada um tenha pequenos espaços para brilhar e mostrar a que veio, a (nesse quesito) frágil dobradinha roteiro/direção inviabiliza um envolvimento sentimental considerável com a turma. Felicity Jones segura a barra pesada de encabeçar o numeroso elenco, contudo não chega perto do carisma de Daisy Ridley, atriz que mostrou-se melhor preparada à tarefa de interpretar uma mulher efetivamente forte no campo de batalha, seja o político, o afetivo ou o literal. Repleto de boas cenas de ação, Rogue One é potencialmente um deleite aos fãs de Stars Wars, não necessariamente pelo que apresenta de novo, mas pontualmente, sobretudo quando recorre à mitologia já estabelecida a fim de legitimar sua filiação. Os ápices, claro, são as sempre impactantes aparições de Darth Vader (voz de James Earl Jones).
Predominantemente morna, a realização só empolga realmente no fim, numa batalha de grandes proporções que deixa pouco espaço a respiros ou bocejos. Gareth Edwards mescla embates aéreos e terrestres, numa sequência imponente, que rivaliza em qualidade com os melhores momentos da Saga Star Wars. Em meio a ataques dos stormtroopers, às ordens do vilão, o comandante Orson Krennic (Ben Mendelsohn), à tendência crescente de martirizar-se e sacrificar-se por um bem maior, instantes de tensão emoldurados pela trilha sonora reverente do oscarizado Michael Giacchino, chega-se a algo próximo do patamar alcançado por J. J. Abrams em Star Wars: O Despertar da Força (2015). Rogue One é um bom filme de guerra, que falha ao negligenciar a relevância e a eventual profundidade das pessoas, negando-nos a possibilidade de um comprometimento além da óbvia torcida para elas triunfarem, abrindo, assim, caminho a Leia Organa e aos jedis.
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