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Sinopse

Pessoas que trabalharam duro a vida inteira descobrem terem sido vítimas de um esquema de pirâmide bolado por um badalado homem de negócio. Após perderem muito dinheiro no golpe, elas se unem num plano mirabolante para assaltar a casa do tal executivo.

Crítica

Esse é o tipo de filme que promete muito, mas entrega pouco. O trailer é movimentado e divertido, vendendo uma imagem de bastante ação com as doses certas de humor; os protagonistas parecem estar afiados; o time de coadjuvantes impressiona e o diretor está no seu terreno, fazendo o que conhece melhor. Ou seja, não teria como ter problemas. Certo? Errado! Roubo nas Alturas até começa bem, mas logo perde o rumo, sem saber exatamente para onde ir. Há até momentos de grande tensão e outros muito engenhosos, mas estes não são suficientes para justificar o longa como um todo. E no final só resta a certeza de que não passou de uma grande perda de tempo.

À primeira vista até pode-se ter a impressão de que este é um filme do Ben Stiller e do Eddie Murphy, uma reunião dos astros, combinando o tresloucado jeito do criador de Trovão Tropical (2008) com o histrionismo da estrela da trilogia Um Tira da Pesada (1984, 1987 e 1994). Mas o que tinha tudo para ser um encontro de gerações não passa de um engano: Murphy leva mais de 40 minutos para aparecer no filme, e mesmo assim sua participação não é superior a de um coadjuvante de luxo. O foco está em Stiller, mas ainda assim Brett Ratner, o diretor, perde tempo demais apresentando outros nomes, como Casey Affleck, Matthew Broderick, Michael Peña, Gabourey Sidibe, Téa Leoni e Alan Alda. E com tantos pontos de distração fica difícil se concentrar no que realmente interessa.

Stiller é o gerente de um mega-edifício no centro de Nova York, que entre os moradores está o poderoso investidor de Wall Street Arthur Shaw (Alda). Acontece que este está sendo investigado pela polícia e acusado de fraudes gigantescas, inclusive com o fundo de aposentadoria dos próprios funcionários do edifício. Para tentar reaver o que lhes foi roubado, Stiller convoca um ex-amigo de infância (Murphy), um malandro acostumado com pequenos golpes, e mais alguns parceiros de trabalho e juntos armam um plano para entrarem na cobertura do acusado e revirá-la atrás do dinheiro e de provas que comprovem o desfalque. A questão é que esta invasão não será tão simples quanto imaginada, pois se por um lado Shaw se encontra em prisão domiciliar, por outro o grupo é inteiramente demitido e precisa descobrir como enganar os antigos colegas para entrarem no prédio, aumentando o perigo.

Com um orçamento de US$ 75 milhões, Roubo nas Alturas faturou praticamente a mesma quantia nas bilheterias norte-americanas, deixando a situação elas por elas. Mas o filme acabou ficando num segundo plano após as declarações do diretor, durante as entrevistas de divulgação, que afirmou que “ensaios são para os viados” ao ser questionado sobre os preparativos para a próxima festa do Oscar, que estaria sob sua responsabilidade. Como resultado, ele e seu apresentador – coincidentemente, Eddie Murphy – foram demitidos da função, e o trabalho que deveriam tornar conhecido pelos próprios méritos acabou sendo relegado a um segundo plano. E pelo que vemos na tela, esse esquecimento é mais do que merecido.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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