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Sinopse

Ruth e Alex querem se mudar do seu velho apartamento em Nova York. Casados há anos, o casal busca um lugar mais tranquilo para viver. Porém, ao começarem as buscas pelo seu novo lar, se descobrem com grandes dificuldades pessoais e burocráticas em se livrar do seu atual imóvel.

Crítica

Já faz alguns bons anos que a simples menção do nome de Diane Keaton como um dos principais de um filme cai num consenso geral: a atriz vai fazer o papel dela mesmo mais uma vez. Ainda que com algumas variações (seja de classe social ou opinião política), a personalidade permanece: a queridona de idade avançada levemente neurótica que conquista todos com sua empatia. O problema neste tipo de papel tão usual é que a interpretação se mistura com a persona conhecida fora das telas e, como se discutiu tanto ao longo deste ano desde o discurso de Patricia Arquette na última cerimônia do Oscar sobre a falta de uma política igualitária de gêneros no cinema, os personagens destinados às mulheres nem sempre são os melhores oferecidos. A boa notícia é que isto não torna Ruth & Alex um filme ruim. Muito pelo contrário, pois Keaton pode ser aquela de sempre, mas é ótima no que faz. E melhor ainda com um companheiro de cena como Morgan Freeman.

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Os dois interpretam um casal unido há 40 anos que está prestes a vender seu apartamento no Brooklin. Para isso contam com a ajuda da corretora imobiliária Lily (Cynthia Nixon), sobrinha de Ruth, que organiza um open house para possíveis compradores do imóvel. Nos dias que seguem, os protagonistas terão que enfrentar a enfermidade de sua cadelinha de estimação, a procura por um novo lar, diversas lances de interessados e a própria noção de há quanto tempo estão juntos. Sem contar que um possível terrorista com o sequestro de um caminhão pode influenciar nos valores do mercado, tornando as apostas mais altas.

O roteiro de Charlie Peters, tão acostumado a comédias românticas e familiares, guarda alguns vícios destes gêneros, como algumas narrações em off de Alex que soam um tanto quanto didáticas demais, deixando pouco para o público analisar por si o que já está senod oferecido na tela. O que é recompensado por vários flashbacks de momentos importantes da vida do casal, seja o momento em que eles se conheceram, quando ganharam a cachorrinha, a mudança para o apartamento e até a discussão de Ruth com sua mãe e sua irmã no momento em que decidiu se casar com o companheiro. Um ponto importante da narrativa, já que ela sendo branca e ele negro mostra que os dois sofreram com o preconceito para manter seus laços. O que inclusive pode acabar influenciando mais à frente na hora de decidir se a venda do apartamento vai para um outro casal que, à sua maneira, também está sendo acometido do mesmo problema.

Em termos básicos, Ruth & Alex é um feel good movie, mas ganha mais pontos por deixar muito de sua ação acontecer no espaço fechado da moradia do casal e também por seus diálogos, por vezes expositivos e, em outras horas, em seus momentos separados. A química entre Keaton e Freeman é deliciosa, fazendo o público perceber porque seus personagens estão unidos há tanto tempo, mesmo com suas diferenças de personalidade. Ela, como já dito anteriormente, naquela leveza neurótica, mas nem por isso menos otimista. Ele, como pintor, com aquela alma de artista desiludido e inseguro, com seus quadros não vendendo como antigamente e problemas de saúde começarem a lhe afetar devido à idade avançada.

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O filme de Richard Loncraine se insere em um gênero que vem tomando cada vez mais espaço nos últimos anos, que são os romances destinados à terceira idade. Tem toques de amor à moda antiga, mas também de experiência, maturidade. O que torna seus eixos da história menos relevantes do que contar como funciona esta relação de quatro décadas. Algo que, nos dias de hoje com a profusão de solteiros desacreditados em paixões, acaba servindo como lição de um casamento de verdade. E falar de amor sem soar brega é um desafio que Ruth & Alex vence com facilidade.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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Grade crítica

CríticoNota
Matheus Bonez
7
Alysson Oliveira
6
MÉDIA
6.5

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