Crítica
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Sinopse
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Levado às telas pouco depois de As Panteras (2000) ou Missão: Impossível (1996), S.W.A.T.: Comando Especial fez parte de uma leva de produções cinematográficas que se baseavam em antigos seriados de televisão. No entanto, ao contrário desses outros aqui citados, que fizeram barulho nas bilheterias e geraram continuações, o longa estrelado por Colin Farrell e Samuel L. Jackson passou meio que em branco – não foi um grande sucesso, mas também ficou longe de ser considerado um fracasso. Apenas não deixou marca alguma, resignando-se rapidamente a uma insignificância digna das (parcas) ambições do projeto.
Fiel a sua origem, chega inclusive a manter alguns dos personagens originais do programa televisivo, como o oficial Jim Street, que dessa vez ganha o corpo e a voz de Colin Farrell – na época, uma aposta para se tornar o novo astro do primeiro time de Hollywood. Na condição de protagonista, logo no começo da história é expulso da força policial devido a um erro do seu parceiro durante uma arriscada operação. Os dois faziam parte do seleto time da S.W.A.T., sigla em inglês para Special Weapons And Tatics, ou “táticas e armas especiais”, uma equipe de alerta preparada para ações de alta periculosidade. Ele, no entanto, consegue voltar à ativa quando o sargento Dan Harrelson (Jackson, meio que treinando para o Universo Cinematográfico Marvel), ele próprio uma espécie de “ovelha negra”, resolve recrutar uma nova equipe, e para tal convoca Street e mais alguns poucos escolhidos.
Esse longo processo, que vai da expulsão ao novo chamado, passando por treinamento e algumas demonstrações de habilidades, ocupam mais da metade do filme. O curioso, entretanto, é que essa não é a trama principal do filme. O que o espectador irá descobrir a seguir é o caso de um temido vilão europeu, procurado mundialmente e recentemente preso em Los Angeles durante um batida policial no trânsito (!). Uma vez atrás das grades, o bandido aproveita uma rápida oportunidade diante às câmeras de televisão para oferecer US$ 100 milhões àquele que conseguir libertá-lo. O curioso é que, a partir daí, todas as emissoras passam a repetir a imagem dele anunciando o valor do seu “resgate” (!!), indicando uma mídia totalmente desprovida de ética e senso crítico social.
Fora alguns exageros que prejudicam a verossimilhança dos acontecimentos, é também duro de engolir o francês Olivier Martinez, caricato como Alex Montel, o inimigo a ser derrotado. Ainda que na Europa tenha realizado trabalhos interessantes, como a comédia dramática Un, Deux, Trois, Soleil (1993), que lhe valeu um César de Ator Mais Promissor, desde sua estreia nos EUA, com o irregular Infidelidade (2002), deslizes como esse aqui vêm se somando. Ao lado disso, a direção protocolar de Clark Johnson, aqui em seu primeiro trabalho de destaque no cinema, a falta de timing na edição e o roteiro mal estruturado, repleto de falsos clímax, colaboram para transformar S.W.A.T.: Comando Especial numa obra enfadonha e desprovida de maiores atrativos. E quando a originalidade desaparece, a sensação mais certeira é a de já ter visto isso antes, e de modo melhor executado.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 4 |
Thomas Boeira | 6 |
MÉDIA | 5 |
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