Crítica
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Sinopse
Scanners: Sua Mente Pode Destruir, de David Cronenberg, é sobre seres nascidos de uma experiência em laboratório. Eles são os scanners, pessoas com grandes poderes telecinéticos. Eles são capazes de matar com a força de suas mentes.
Crítica
Como um filme ruim pode ser tão bom? É possível algo rudimentar e simplista ser, de fato, instigante e delicioso de assistir? Tais indagações sobrevieram à sessão de Scanners: Sua Mente Pode Destruir, um dos cults do cineasta canadense David Cronenberg. A trama curiosa dos telepatas nascidos em experiências de laboratório só poderia dar liga pelas mãos de alguém que investiga o bizarro com talento e constância. No filme, Cameron Vale (Stephen Lack) é cooptado pela empresa ConSec para dar fim à tirania de Darryl Revok (Michael Ironside), assim como ele, um desses sobre-humanos chamados scanners. A insurreição precisa ser freada, e ao protagonista resta infiltrar-se para miná-la internamente.
Há algumas observações muito interessantes nesse universo tipicamente cronenberguiano. Os scanners prescindem de qualquer esforço corporal, utilizando suas carcaças como sustentáculo do que realmente importa e faz diferença: a mente. Como parar um revoltoso capaz de manipular seus censores, levando-os até mesmo ao suicídio (ou seria homicídio?)? Os sistemas prisionais comuns tiram a liberdade pelo encarceramento, mas o que fazer quando o confinado transcende limites físicos? Há de se exaltar, da mesma forma, a encenação proposta, o climão acentuado pelo engenhoso uso do som, os ótimos efeitos especiais e a vanguardista maquiagem.
Paralelo aos méritos, porém, sobram inconstâncias e clichês em Scanners: Sua Mente Pode Destruir: o vilão caricatural, a mulher que ajuda o “mocinho” (elo frágil entre ele e seu algoz), o desvelar dos questionamentos como torrente sem força, entre outros. O filme é uma espécie de cartão de visitas do que Cronenberg viria a conceber com maestria, não indo mais longe por se ressentir de desenvolvimento coeso e soluções menos batidas. Então, repito, como um filme ruim, ainda assim, pode ser bom?
Quando há extremado talento, como no caso de David Cronenberg, até mesmo em realizações tortas abundam lampejos magistrais que teimam em contradizer chavões e obviedades. Alguns momentos geralmente não salvam o todo, mas em se tratando de Scanners: Sua Mente Pode Destruir, como ficar alheio, por exemplo, à visceralidade da ligação psíquica homem/máquina (premonição?) ocorrida em dado momento, e mesmo ao bloco final que, a despeito de sua inocuidade enquanto manifestação (e fraco justamente pela revelação “sem peso”), traz inesquecível duelo psíquico, cujas maiores vítimas são, vejam só, os corpos?
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Marcelo Müller | 7 |
Carlos Helí de Almeida | 7 |
Ailton Monteiro | 7 |
Chico Fireman | 8 |
MÉDIA | 7.3 |
Simples. Não é um filme ruim. De Mandala a Stranger Things passando por Jéssica Jones e The Boys, esse filme foi copiado a exaustão por décadas. E ele tem um dos melhores confrontos finais do cinema. Era assim que o mestre Yoda devia ter enfrentado o Palpatine.
Filmaco!Quando vi,era uma criança!Foi bom relembrar!!