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Sinopse

Após se reencontrarem e reativarem a Mistérios S.A., Fred, Daphne, Salsicha, Velma e Scooby-Doo partem rumo a Coolsville para desvendar mais um mistério. Lá está um homem mascarado, que planeja usar uma máquina criadora de monstros para controlar o lugar.

Crítica

Você pode até estar se perguntar: “por que fazer outro filme com o Scooby-Doo?” Bem, talvez pelo filme original – a despeito das críticas negativas – ter arrecadado mais de US$ 200 milhões ao redor do mundo. Ou pelo personagem ser um dos de maior sucesso da dupla William Hanna e Joseph Barbera, que, dentre outros, criaram também Frajola & Piu-piu, Pernalonga e o Diabo da Tasmânia. Ou simplesmente por não haverem mais idéias boas disponíveis no mercado (o que é um absurdo, mas, em se tratando de Hollywood, nunca se sabe...). O fato é que Scooby-Doo 2 está aí, basicamente repetindo o que já foi visto na primeira incursão do cachorro trapalhão e sua equipe de detetives juvenis pela tela grande – o que, afinal, não parecem ser as melhores expectativas.

O primeiro Scooby-Doo (2002) era infantil demais, tolo até, mas tinha um mérito: era ousado. Fugia  dos padrões tradicionais da série animada, quebrando alguns conceitos até então intocáveis – e talvez seja exatamente por isso que muita gente tenha reclamado. Afinal, onde já se viu colocar o Scooby-Loo como vilão? Ou monstros de verdade, e não bandidos fantasiados? E quem teve a idéia de uma ilha ensolarada ao invés de um escuro e poeirento castelo mal-assombrado? Mesmo com essa mistura tão inesperada de elementos, quem conseguiu se desprender dos detalhes mais conservadores e se concentrar na história até que aproveitou. Em Scooby-Doo 2, no entanto, tudo parece ter sido feito de acordo com a cartilha – como se os produtores tivessem levado um puxão de orelha. Ainda assim, o resultado não é muito diferente do filme anterior: leve, ingênuo e movimentado. E, por isso mesmo, nada memorável.

Nessa continuação, a turma da Mistério S.A. está em alta: a fama é tanta que ganharam até uma exposição no museu da cidade com as fantasias dos vilões capturados. A festa rola numa boa até um novo bandido surgir e transformar os disfarces em monstros de verdade. Fred, Daphne, Welma, Salsicha e Scooby-Doo terão que correr, cada um ao seu modo, até descobrirem um modo de salvar a cidade. Raja Gosnell, responsável por sucessos de público como Nunca Fui Beijada (1999) e Vovó... Zona (2000), volta à cadeira de direção nessa seqüência, o que pode servir também para justificar os resultados similares.

Do elenco em carne e osso, o destaque continua sendo Matthew Lillard, que havia mostrado antes que nasceu para ser Salsicha (para o bom e para o ruim que isso possa significar). O casal Freddie Prinze Jr. (Fred) e Sarah Michelle Gellar (Daphne), são incapazes de mudarem as expressões do rosto – o que, diante de personagens tão limitados como esses, nem chega a ser um dos maiores problemas. Linda Cardellini (Welma), por sua vez, até se esforça mais, mas sem alcançar resultados muito distintos. A surpresa é a inclusão da sumida Alicia Silverstone, que surgiu como um fenômeno em As Patricinhas de Beverly Hills (1995) e desapareceu após o fiasco de Batman & Robin (1997). E Scooby-Doo, mais uma vez tornado possível através da computação gráfica, segue sendo uma coadjuvante das suas próprias aventuras.

Scooby-Doo 2: Monstros à Solta é rápido e sem grandes conseqüências. Não é e não deve ser levado à sério. Poderia, é claro, alcançar melhores resultados, e em muitas seqüências se percebe com bastante nitidez o que poderia ser alterado para que o conjunto tivesse funcionado. Caso tivessem evitado tantas concessões à inteligência em favor da mediocridade que geralmente funciona quando o que se quer é atingir a massa, o conjunto poderia ter sido mais coeso e envolvente. Descartável e por vezes até mesmo bocejante, não está à altura dos personagens, e também não funciona como genérico inocente. Ou seja, recomendado apenas aos fãs mais ardorosos, e olhe lá.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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CríticoNota
Robledo Milani
4
Cecilia Barroso
5
MÉDIA
4.5

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