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Crítica


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Sinopse

Diversos jovens curtem o feriado em um grande parque de Buenos Aires, na Argentina.

Crítica

Há quem diga que as famosas crises econômicas argentinas não são frutos de inclinações políticas, e sim apenas de situações sazonais já esperadas pela população. Em Sean Eternxs, podemos acompanhar a mais nova geração deste país a enfrentar as adversidades e traumas que a falta de poder de compra pode gerar. Com câmera paciente - até demais - o diretor Raúl Perrone nos convida a observar um dia inteiro desses espontâneos representantes da Geração Z, formada, essencialmente, pelos nascidos nos anos 2000.

Em preto e branco, a fotografia de quatro profissionais espalhados por imenso parque do subúrbio de Buenos Aires registra jovens de classe baixa fugindo de suas realidades numa tarde de feriado, em variadas formas. Raúl Perrone, Emma Echavarría, Lara Seijas e Pablo Ratto promovem verdadeiro tango de capturas. Ao observar uma banda de rock inflar os dispostos a ouvir seu som rasgado, a condução do filme toma impulso. Em seguida, apreciação lenta e descompromissada nos leva a diálogo de dois rapazes fumando e flertando com o adormecimento.

A proposta da empreitada é testar. Mas o curioso é que pouco se ensaia pelas lentes de Perrone, que já ousou para além do que aqui apresenta em apostas como P3nd3jo5 (2013). É fato que a intenção não é progredir para alcançar alguma coisa, mas acontece que, descartando duas ou três sequências que mostram temas expressivos, como aborto, traição e violência, o aborrecimento é inevitável. Ainda mais levando em conta que, em uma hora e meia de projeção, cenas estáticas chegam a se apossar de quase cinco minutos de tela. E nesse contexto, a juventude que quer brilhar apesar das dificuldades é subaproveitada.

No frigir dos ovos, nos resta lamentar que Sean Eternxs não tenha sido presenteado com certos rumos a percorrer. Ainda que sejamos brindados com interlocuções atiçadoras e atitudes capazes de transpor anseios do grupo retratado, os responsáveis se contentam com o escasso. Sendo assim, a produção é rejeitada ao vácuo localizado entre objeto de estudo e experimentação tímida.

Filme visto durante a 17ª CineBH: Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte (2023).

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]

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