Crítica
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Sinopse
Uma jovem perde o pai no dia do seu aniversário. Entre os presentes no funeral está o misterioso tio Charlie. Ele passa a morar com a menina, lhe dando acesso ao lado sombrio da família.
Crítica
Primeira investida do diretor sul-coreano Park Chan-Wook (Oldboy, 2003) em uma produção falada em inglês, Segredos de Sangue (2013) é um daqueles filmes que quanto menos você souber, melhor. Mas por favor, não pare de ler esse texto por aqui! Existem pontos a serem comentados que fazem com que a realização do cineasta não perca seu brilho e a experiência se torne ainda mais rica. Eles residem em dois pilares essenciais para qualquer obra cinematográfica: a forma e o conteúdo, e que nesse caso específico encontram um equilíbrio e uma interação excepcional.
O conteúdo se mostra importante pela sua temática, que conversa sobre o universo feminino (apesar dos fortes personagens masculinos) e o diálogo que cria nesse aspecto com as produções dirigidas anteriormente por Park. Pela forma, Segredos de Sangue é um achado quanto a sua edição e detalhado trabalho de som que se tornam reflexo do psicológico da protagonista, India Stoker. A jovem, muito bem interpretada por Mia Wasikowska é dotada de uma sensibilidade visual e auditiva digna de um falcão.
A história da garota é mórbida e assistimos através dos olhos dela, que perde o pai em um acidente de carro logo no dia em que completa 18 anos de idade. Sozinha com a mãe, Evelyn (Nicole Kidman), é surpreendida pela chegada do distante tio Charlie (Matthew Goode), irmão de seu pai, que está decidido a acompanhá-las pelos dias de luto que estão à frente. Misteriosamente, em paralelo à chegada do tio, diversas pessoas ligadas aos Stoker começam a desaparecer, ao passo que a relação entre India e Evelyn aos poucos vai se tornando uma competição para ver qual das duas consegue a atenção do galante tio e cunhado. São pequenos acontecimentos transformados em eventos de proporções épicas.
Em resumo, Segredos de Sangue é sobre família, mulheres e principalmente sobre a transição da juventude para a vida adulta, que na visão de Park e do roteiro do estreante Wentworth Miller (protagonista de Prison Break, 2005-) é um verdadeiro filme de horror. Flertando com Carrie, A Estranha (1979) ou ainda com o próprio trabalho anterior de Park, Sede de Sangue (2009), a trama é construída com tamanho mistério que em alguns momentos há de se cogitar que algo de sobrenatural justifique certos acontecimentos.
Transformar o que os americanos chamam de coming of age e a família em um ambiente de suspense, competição e em uma guerra silenciosa só demonstra a capacidade dos realizadores, que ainda optam por utilizar mais imagens e diálogos pontuais. Park Chan-Wook alcançou o que poucos diretores estrangeiros ao se aventurarem em terras americanas conseguiram: um filme que agrada, mantém sua marca autoral e ainda tem tudo para se tornar uma produção cultuada entre os cinéfilos.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Renato Cabral | 8 |
Chico Fireman | 5 |
Alysson Oliveira | 6 |
Ailton Monteiro | 7 |
Lorenna Montenegro | 8 |
MÉDIA | 6.8 |
Li outras críticas sobre Segredos de Sangue e está é a que mais se aproxima do que percebi ao assisti-lo. Pra começo de conversa, é bom que se diga que o filme tem uma beleza peculiar pelos diálogos, pelo enredo, pela maneira de contar a história - que parece sempre se apresentar como um enigma. Mas principalmente pelos ângulos da câmera e pela maneira como a cor é trabalhada. Talvez esses dois elementos - ângulo da câmera e cor - sejam os astros principais. Seriam sim, não fosse o excelente desempenho dos atores que dão vida a esse drama, que é cognitivo ao extremo. Sem nos esquecermos que a direção de cena e a direção de atores são uma aula de cinematografia. A luz sempre bem posicionada, tanto a difusa como dura, o casamento entre as cores e as cenas (sempre deslumbrantes) e com o roteiro são elementos um tanto esquecido nos filmes mais contemporâneos. Pra quem ama a luz, a cor e a fotografia (que é a soma de luz e cor) Segredos de Sangue é um espetáculo. Além disso, há uma história contada de forma instigante. Vejam o filme!
Eu acabei de assistir eu realmente não entendi nada , porque o tal " Tio" era obsecado pela sobrinha ? pensei que era o pai verdadeiro ... o filme acabou e nada foi entendido e muito mal explicado!! NÃO GOSTEI ; MUITO CONFUSO !!